Preso acusado de articular esquema de corrupção que desviou R$ 10 milhões da merenda escolar em Água Clara e Rochedo, o empresário Mauro Mayer da Silva disse à Justiça que encerrará as atividades de sua empresa, a Zelitec Comércio de Produtos Alimentícios.
A informação ocorre em petição chamada de ‘alegações finais’, para o acusado apresentar sua defesa após todos os levantamentos feitos no processo.
Juntamente da defesa, o advogado do empresário também apela à Justiça pela liberdade de Mauro, que foi preso inicialmente na deflagração da Operação Malebolge, no dia 18 de fevereiro. Ele chegou a ser solto após decisão liminar (provisória) em 2º grau. Mas a decisão foi derrubada pelo TJMS, e os 11 investigados voltaram para a prisão.
Dessa forma, para convencer o juiz de que não há risco em sair da prisão, o empresário afirma que fechará a empresa envolvida no escândalo. Além disso, informou que todos os contratos que possuía com entes públicos já foi rescindido.
Então, para conseguir convencer o magistrado a revogar a prisão, o advogado de Mauro Mayer diz o seguinte: “O mesmo notificou todos os municípios e órgãos que havia contratos vigentes e, rescindir todos os contratos administrativos firmados que ainda estariam vigentes. Ademais, com a intenção de demonstrar ao juízo que não há chance/hipótese de reiteração delitiva, riscos à ordem pública e a ordem econômica, o Acusado informa que está encerrando todas as atividades da empresa ZELITEC COMÉRCIO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS”.
No entanto, a defesa não informa que a sogra de Mauro Mayer também possui empresa que fornece alimentos, inclusive, tendo contratos com órgãos públicos, a Royal Soluções, Comércio e Serviços LTDA.
Fraude em contratos de merenda
Mauro é um dos empresários implicados em operação do Gaeco contra o esquema de fraude de contratos que ultrapassam os R$ 10 milhões nos municípios de Água Clara, administrado por Gerolina, e Rochedo, administrada por Arino Jorge (PSDB).
Assim, as investigações apontaram que o esquema contava com pagamento de propinas a servidores para fraudar licitações, principalmente na área da educação.
Mediante recebimento de propina, servidores atestavam ter recebido produtos e serviços que nunca foram realizados, além de acelerar trâmites para emissão de notas frias a fim de agilizar pagamentos a empresários.
O esquema foi revelado a partir da apreensão de celulares na Operação Turn Off, que evidenciou fraudes na saúde e educação, no montante de R$ 68 milhões, implicando empresários, secretário e servidores.
“Malebolge”, termo que dá nome à operação, é uma referência à “Divina Comédia”, obra clássica de Dante Alighieri, que descreve a jornada de um homem pelos reinos do inferno, purgatório e paraíso. Dentro do inferno, o “Malebolge” é a região onde os fraudadores e corruptos são punidos conforme a gravidade de seus pecados.
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Veja a lista dos alvos da Operação Malebolge:
- Douglas Geleilaite Breschigliari – empresário, dono da D&B Comércio Atacadista de Confecções;
- Mauro Mayer da Silva – empresário, dono da Zellitec Comércio e Serviços;
- Izolito Amador Campagna Júnior – empresário, dono da I.A. Campagna Junior & Cia LTDA.
Rochedo
- Celso Souza Marques – servidor municipal da área de Licitações;
- Luciana Mendes Carneiro – empresária, dona da Iris & Lo Inf Store;
- Fabrício da Silva – empresário, dono de um Cyber Café que prestaria serviços para a prefeitura de Rochedo;
- Renato Franco do Nascimento – servidor municipal, atua na Diretoria de Licitações;
- Fernando Passos Fernandes – filho do prefeito Arino Jorge (PSDB) e servidor municipal da Diretoria de Licitações.
Água Clara
- Denise Rodrigues Medis – secretária de Finanças de Água Clara (exonerada pós-operação);
- Ana Carla Benette – servidora da Secretaria de Educação;
- Jânia Alfaro Socorro – servidora da Secretaria de Educação.
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