A primeira semana completa de trabalho para prefeitos e prefeitas de Mato Grosso do Sul termina com diversas cidades apontando rombos nas contas públicas. A nova gestão do município de Ladário, distante 424 quilômetros de Campo Grande, é mais uma da lista de débitos milionários, com dívidas que chegam à casa dos R$ 36 milhões. Por falta de planejamento, a entrega de kits escolares vai ser atrasada.
O prefeito Munir Ramunieh (PSDB) reuniu a imprensa nesta sexta-feira (10) para detalhar os débitos. Somente com a concessionária de água que atende o município, o valor é de cerca de R$ 10 milhões. “Só de conta de água é esse valor, são mais R$ 600 mil em processos internos autorizados por antigos gestores que vamos levantar um por um. A maior parte do restante do valor é referente às obras e fornecedores que estão sem receber e precisam ser pagos”, lamentou.
O chefe do Executivo também revelou dívidas relativas ao pagamento dos salários dos servidores. “As folhas de pagamento da Educação, que foram pagas com atraso, e de parte da Saúde, que também será paga com atraso, se devem a falhas da antiga gestão. São muitos erros, desde os mais básicos até os mais graves, que demandam maior poder decisório”, complementou o prefeito.
O município também informou que aderiu recentemente a uma ata de preços para aquisição dos kits escolares, uniformes e materiais utilizados durante o ano letivo. Devido à falta de planejamento da gestão anterior, os alunos da rede municipal de ensino vão começar o ano sem os kits.
“A prefeitura deveria ter iniciado o processo de compra por volta de novembro de 2024. Como isso não foi feito, vamos ter um atraso este ano, mas para o próximo ano faremos o processo dentro do prazo correto, e não teremos mais atrasos”, esclareceu. “Dessa forma, eu sei que não é fácil, mas pedimos um pouco de paciência a todos para que possamos arrumar a casa e organizar a Administração Pública Municipal. Daqui para frente, a gestão será administrada com responsabilidade e transparência, perante as autoridades competentes e, principalmente, à população”, concluiu. (Marcus Moura)
