Réu por esquema de corrupção em Amambai — cidade ao sul de MS, distante 354 km de Campo Grande —, o empreiteiro Júlio Arantes Varoni, dono da Mariju Engenharia (CNPJ 06.011.516/0001-18), negou que dinheiro enviado ao ex-vice-prefeito e ex-vereador do município, Valter Brito da Silva (PSDB), seria propina.
O político, familiares e empresários são réus no contexto da Operação Laços Ocultos, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), que revelou esquema de fraudes em licitações e desvios milionários na prefeitura. Tudo seria comandado pelo tucano.
À Justiça, a defesa do empreiteiro tenta ‘derrubar’ a acusação do MP (Ministério Público), alegando que a ‘única’ prova que a denúncia traz contra Varoni seriam e-mails com propostas vencedoras a outros réus e o pagamento de valores a Valter Brito.
Assim, a defesa de Varoni tenta justificar os pagamentos feitos ao tucano, chefe do esquema de corrupção — segundo o Gaeco: “As transferências de dinheiro para Valter Brito Silva e seu irmão, que foram realizadas por determinação da direção da empresa C&C Construtora Ltda., tendo em vista que esta sua credora, em razão da locação de maquinários que utilizou na obra de pavimentação asfáltica em Amambai/MS“.
Por fim, Varoni acusa o MP de apresentar denúncia frágil: “Ou seja, a denúncia, baseando-se em parcas provas, faz um exercício escandaloso de imaginação e probabilidades, para tentar criar elos entre a narrativa criada pelo Parquet e as provas coligidas”.
Logo, pede a rejeição da denúncia, com absolvição de Varoni.
Os argumentos constam em defesa prévia apresentada pela defesa no processo. O caso está nas mãos do juiz Ricardo Adelino Suaid, da comarca de Amambai.
Varoni chegou a ser preso durante cumprimento de mandados da operação, em 2023.
A ação lista 17 réus que integravam o suposto esquema criminoso. São eles: Valter Brito da Silva, Letícia de Carvalho Teoli, Jonathan Fraga de Lima, Maikol do Nascimento Brito, Joice Mara Estigarribia da Silva, Júlio Arantes Varoni, Fernanda Carvalho Brito, Aldevina Aparecida Nascimento, Carlos Eduardo da Silva, Angela Bonomo, Luciana Pereira Vieira Adorno Vicentim, Ariel Betezkoswki Maciel, José Carlos Roncone, Valdir de Brito, Luiz Henrique Bezerra Rodrigues e Cassiane Thafilly de Freitas Rodrigues.

Operação Laços Ocultos
A operação denominada Laços Ocultos, do Gecoc, com apoio do Gaeco, cumpriu mandados contra grupo especializado na fraude de licitações em novembro de 2023.
Conforme detalhado pelo Gecoc, foram 6 mandados de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão. Mandados foram cumpridos nas casas dos investigados, ainda na Prefeitura de Amambai e no gabinete do então vereador, de onde foram apreendidos documentos.
A investigação identificou que a organização criminosa atuava há anos fraudando licitações públicas, voltadas para contratação de empresas especializadas em obras e serviços de engenharia em Amambai.
Essas empresas estariam ligadas a familiares dos servidores, com sócios ocultos. Nos últimos 6 anos, os valores dos contratos ultrapassaram os R$ 78 milhões.
Perícias de engenharia, em obras vistoriadas presencialmente, detectaram ainda o superfaturamento e a inexecução parcial.
Ainda mais, o Gecoc identificou pagamento de propina das empresas do grupo criminoso em benefício dos parlamentares e servidores públicos responsáveis pela fiscalização dessas obras.
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