Réu após ‘dar balão’ no Gaeco, empresário se cala perante a Justiça

Ueverton Frescura escondeu em bunker celulares que nunca foram apreendidos pelo MPMS

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Frescura 'deu balão' no Gaeco durante a 3ª Fase da Operação Tromper (Reprodução)

O empresário Ueverton Macedo da Silva, o Frescura, não se pronunciou à Justiça em ação penal por obstrução de investigação. No dia 3 de abril, quando agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriam mandados de busca e apreensão, Frescura escondeu celulares em bunker para que não fossem apreendidos.

Depois, conforme os investigadores, o empresário confessou ter escondido os celulares, mas mesmo assim não os entregou. Portanto, acabou sendo denunciado e se tornou réu por obstruir investigação. Dessa forma, o juiz deu prazo para Ueverton se manifestar no processo. Porém, o prazo decorreu sem a apresentação de defesa de Frescura.

Recentemente, Ueverton foi preso acusado de compra de votos a favor da prefeita não reeleita em Sidrolândia, Vanda Camilo (PP).

Os aparelhos eram tidos como peças-chave para desmontar o esquema de corrupção no município de Sidrolândia, que era chefiado pelo vereador do PSDB, Claudinho Serra, na época que atuou como secretário de Fazenda do município.

A Operação Tromper chegou a sua terceira fase e concluiu que Serra seria o comandante da corrupção no município após flagrar mensagens e arquivos no celular de Frescura. A expectativa dos investigadores era encontrar mais indícios de outros crimes, participação de novos envolvidos e até mesmo chegar a corrupção em outros municípios.

Isso porque em uma das delações sobre o caso, do empresário Milton Matheus – da empresa 3M -, revelou episódio em que ele e outro empresário operaram esquema de pagamento de propina e desvio de dinheiro de casas populares no município de Maracaju, sob gestão do prefeito Marcos Calderan (PSDB).

Assim, o objetivo da apreensão seria, principalmente, a inspeção das mensagens trocadas no WhatsApp: “Importante registrar que o telefone celular, como não poderia deixar de ser, continha farto material de interesse da investigação, em especial no aplicativo Whatsapp, até mesmo porque era utilizado pelo denunciado UEVERTON DA SILVA MACEDO para se comunicar com os demais integrantes da organização criminosa para arquitetar os ilícitos perpetrados no âmbito do Município de Sidrolândia”, diz o Gaeco.

À reportagem do Jornal Midiamax, Ueverton confirmou que não entregou o celular, mas negou que possua um compartimento secreto em sua residência.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi questionado pela reportagem se tentou nova ordem para realizar outra busca no local e sobre quais medidas adotou para tentar apreender o aparelho. No entanto, não obtivemos resposta até esta publicação. O espaço segue aberto para manifestação.

Frescura escondeu celular em bunker

Conforme a denúncia, o empresário atrapalhou as investigações ao esconder seu aparelho celular durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão que ocorreu no dia 3 de abril deste ano, com a deflagração da 3ª fase da Operação Tromper.

Réu pelos crimes de associação criminosa, fraude em licitação, violação de sigilo em licitação, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, e peculato, ‘Frescura’ revelou à equipe do Gaeco que havia criado uma espécie de bunker (compartimento secreto) em sua casa para esconder o aparelho, mas não revelou onde ficava.

Depois de várias indagações, na fase final das buscas, acabou por admitir que ocultou seu aparelho em compartimento secreto existente no imóvel, criado justamente para evitar que fosse apreendido novamente pelas forças policiais, como já havia acontecido na 1ª fase da Operação Tromper“, consta no relatório de operações do Gaeco.

Vale ressaltar que a apreensão do aparelho de ‘Frescura’ na 1ª fase da Tromper foi fundamental para chegar até Claudinho Serra como mentor do esquema de corrupção. Isso porque Ueverton é considerado o ‘líder empresarial’ do esquema.

Ainda segundo o Gaeco, os agentes alertaram Ueverton a entregar os aparelhos, para cumprimento da ordem judicial de busca e apreensão. Então, o Gaeco afirmou que não conseguiu localizar os aparelhos: “A despeito da minuciosa varredura realizada no imóvel pelos policiais, não foi possível encontrar o telefone celular“.

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