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Transparência

Prefeitura do PSDB confirma que ex-secretário preso por corrupção frequentou paço após exoneração

Promotor afirma que Isaac deve permanecer preso, pois continua influenciando na pasta
Gabriel Maymone, Dândara Genelhú -
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Isaac Cardoso Bisneto foi preso em 13 de agosto (Montagem: Nathália Alcântara, Jornal Midiamax / detalhe do ex-secretário Isaac, Reprodução redes sociais)

A prefeitura de – a 31 km de -, administrada por Henrique Budke (PSDB), confirmou que o ex-secretário de obras, Isaac Cardoso Bisneto, frequentou o Paço Municipal após ser exonerado. Ele deixou o cargo dias antes de ser preso durante operação ‘Velatus’, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).

Ele foi preso acusado de comandar esquema de corrupção durante a gestão do PSDB no município e, segundo investigações, continuou atuando na pasta após a exoneração. A afirmação foi feita pelo promotor de Justiça de Terenos, Eduardo de Araújo Portes Guedes, ao reforçar que Isaac deve permanecer preso.

Em nota enviada à reportagem do Jornal Midiamax, a prefeitura confirmou que Isaac esteve no Paço Municipal. “Após a exoneração de Isaac Cardoso Bisneto, ele não continuou atuando na pasta. Após seu pedido de exoneração, ele esteve na Prefeitura para colaborar com o processo de transição para a nova secretária, Katiane de Lima Franco, arquiteta servidora efetiva do quadro da Prefeitura, que assumiu o cargo, e para resolver questões burocráticas acerca de seu desligamento”.

Assim, o promotor ressaltou que as visitas tinham “objetivo de tratar sobre obras municipais, mesmo após ser exonerado do cargo de Secretário de Obras e Infraestrutura”. Vale lembrar que Isaac pediu exoneração do cargo dias antes da operação, em 1º de agosto. Ele foi substituído pela servidora Katiane de Lima Franco.

Também, o promotor apresentou à Justiça prints de conversas do WhatsApp de Isaac, que mostram a influência do ex-secretário.

Promotor afirma que Isaac frequentou prefeitura para ajudar empreiteiro

Em 12 de agosto, Isaac foi acionado por um homem, que alegou falta de resposta de Katiane.

Em seguida, encaminhou três documentos: boletim de medição, resumo do empreendimento e relatório de execução de serviços. Para a promotoria, os documentos evidenciam que eles “trataram de assuntos relacionados à pasta da Secretaria de Obras do município de Terenos”.

Após, Isaac disse ainda que tentaria ir à Prefeitura de Terenos ‘para falar’. As mensagens foram trocadas em 12 de agosto, um dia antes da operação.

Ou seja, Isaac pretendia visitar o Executivo em 13 de agosto — dia da operação e prisão dele. “A resposta de Isaac Cardoso Bisneto evidencia que o investigado permanecia atuando junto à Secretaria de Obras”, apontou a promotoria.

Além disso, a promotoria anexou trechos de conversas de Isaac com outro investigado na operação. Em conversa com Sansão Inácio, Isaac foi solicitado na secretaria para resolver questões da pasta.

Já em conversa com Katiane, “a servidora em questão solicita, em diferentes oportunidades, a assinatura e o comparecimento do investigado”, apontou a promotoria de Terenos.

(Foto: Reprodução MPMS)

Pedido de liberdade

Na Justiça, Isaac usa o argumento de ter pedido exoneração 11 dias antes de operação para se livrar da prisão.

Contudo, a promotoria de Terenos se manifestou contrária ao pedido de liberdade. “Mesmo após sua exoneração, por vários dias esteve na cidade de Terenos e continua exercendo influência no âmbito da Secretaria de Obras do Município, o que evidencia o risco à ordem pública e para o desenrolar da investigação acaso devolvida a sua liberdade”.

Então, o promotor Guedes pediu o indeferimento do pedido formulado por Isaac. O Jornal Midiamax acionou o prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB) sobre a manifestação da promotoria. Contudo, não houve retorno até a publicação da matéria. Assim, o espaço segue aberto para posicionamento.

Exoneração levantou suspeitas

“O que dá a entender? Que tinham informação privilegiada, sabiam que iam vir, por isso pediu exoneração”, dispara o vereador Clayton Cleone Melo Welter (PP) sobre saída do secretário de obras do município, Isaac Cardoso Bisneto. Segundo Caco, que é 1º secretário da Câmara, Isaac saiu dez dias antes da Operação Velatus, que revelou esquema de corrupção durante a gestão do PSDB em Terenos – a 31 km de Campo Grande.

Consta no Diário Oficial do município, do dia 2 de agosto, exoneração a pedido do secretário. O prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB) assinou a exoneração. O cargo do primeiro escalão da gestão tucana é uma nomeação política e considerado de confiança do prefeito.

Jornal Midiamax também questionou o Gaeco sobre o possível vazamento de informações e se as denúncias seriam investigadas. Contudo, não houve retorno até a publicação desta matéria.

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