Justiça nega novo pedido de prisão contra PMs acusados da morte de ex-vereador em Anastácio

Militares foram soltos em 19 de novembro

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ex-vereador morto anastácio
Ex-vereador foi morto após briga com ex-prefeito de Anastácio. (Divulgação)

Os policiais acusados da morte do ex-vereador de Anastácio, Wander Alves Meleiro, conhecido como Dinho Vital, pediram que a Justiça indefira novo pedido de prisão. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu novamente a prisão dos policiais, que foram soltos em 19 de novembro. Antes mesmo do pedido dos policiais, a Justiça já havia negado o pedido do Ministério.

A morte de Dinho ocorreu em maio deste ano, a 135 quilômetros de Campo Grande. Em 27 de novembro, o Ministério ingressou com recurso contra a soltura dos acusados e pediu a prisão deles.

Assim, na última segunda-feira (2), Valdeci Alexandre Ricardo da Silva e Bruno César Malheiros dos Santos solicitaram o indeferimento do recurso do MPMS. Conforme a defesa dos policiais, a liberdade dos recorridos não gera riscos à ordem pública ou a qualquer testemunha já ouvida.

Além disso, lembrou que os acusados permaneceram presos por mais de seis meses e durante toda fase instrutória. Por fim, destacou que os policiais “permanecem residindo e laborando em cidade distante do distrito dos fatos, ou seja, respeitando incondicionalmente as imposições e ordens emanadas pelo juízo”.

Contudo, o desembargador Lúcio da Silveira já havia negado o pedido para que os policiais fossem presos novamente. “Em suma, a nosso sentir, não vislumbramos, por ora, um dos pressupostos da medida, consubstanciado na ausência de perigo de dano iminente, impondo-se, dessarte, o indeferimento do pedido liminar”, diz a decisão do magistrado.

Ministério alega gravidade

O MPMS alegou gravidade do fato ocorrido em maio. “Ante a gravidade concreta do delito, não havendo que se falar em prisão baseada meramente na gravidade abstrata do delito”, diz parte do pedido.

“Devido à urgência que o caso reclama, com o escopo de emprestar efeito suspensivo ativo ao Recurso em Sentido Estrito interposto nos autos, suspendendo-se os efeitos da decisão objurgada, bem como de DECRETAR A PRISÃO PREVENTIVA de VALDECI ALEXANDRE RICARDO DA SILVA e BRUNO CÉSAR MALHEIROS DOS SANTOS”, pediu o MPMS.

Relembre

O ex-vereador se envolveu em uma briga em uma festa que aconteceu em uma chácara no dia 8 de maio deste ano e estaria armado. Na ocasião, disparos de arma de fogo atingiram Dinho, que morreu no local. Os policiais acusados estavam de folga no dia dos fatos, mas a defesa alegou legítima defesa. 

Os policiais estavam presos desde a época do homicídio, há quase seis meses. Em outubro, houve o interrogatório dos militares, durante a terceira audiência de instrução e julgamento do caso, quando cinco testemunhas também prestaram esclarecimentos no Fórum de Anastácio. No dia da audiência, familiares dos policiais realizaram uma manifestação pedindo pela liberdade da dupla.

Policiais afastados

Conforme o advogado de defesa dos policiais, Lucas Rocha, os policiais passaram pelo setor psicológico da PMMS e por estarem abalados acabaram afastados.

Ainda de acordo com Rocha, os militares se colocaram à disposição do Ministério Público de Anastácio, também do Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) do MPMS, e da Polícia Civil de Anastácio para esclarecimentos.

Assim, a Corregedoria ouviu os policiais e abriu um inquérito para apurar a ação dos militares.

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