Investigado por falta de médicos, HRMS também é alvo de inquérito por falta de medicamentos contra câncer

HR também é investigado por falta de profissionais

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Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (Foto: Ana Laura Menegat, Midiamax)

O MPMS (Ministério Público de MS) investiga o Hospital Regional para apurar as causas do desabastecimento de medicamentos quimioterápicos, após denúncias. O Inquérito investiga causas do desabastecimento que persiste há mais de cinco anos. 

De acordo com o documento, a escassez de quimioterápicos tem afetado diretamente o atendimento dos pacientes, muitos dos quais estão sendo submetidos a tratamentos incompletos ou atrasados, o que pode comprometer a eficácia do tratamento e resultar em sérios prejuízos à saúde.

Durante o andamento do caso, foi observado que o desabastecimento persiste há mais de cinco anos, mesmo após a decisão judicial que obrigou o Estado a adquirir os medicamentos necessários.

Recentemente, novas reclamações foram registradas por pacientes que relataram a interrupção de seus tratamentos devido à falta de medicamentos como a Carboplatina e o Paclitaxel, ambos essenciais para a quimioterapia.

Além disso, o documento destaca ainda que a demora nos processos de compra, sob responsabilidade da SAD (Secretaria de Estado de Administração), tem contribuído para a crise de desabastecimento, com processos que ficam paralisados por meses. A situação foi agravada pela crescente demanda de pacientes oncológicos no Estado.

O Jornal Midiamax acionou o HRMS sobre o caso. Contudo, não houve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para posicionamento da parte.

Referência, HRMS também é investigado por falta de profissionais

Denúncia feita em 2023 apontou o déficit de profissionais e virou inquérito civil em março deste ano. Conforme o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o denunciante relatou falta de médicos plantonistas no pronto atendimento.

Também foi identificado que o número de médicos era insuficiente para fechar a escala, sendo sugerida contratação urgente de novos profissionais, sob pena de comprometimento de atendimento e até óbito de crianças por serviço incompleto oferecido à população.

A partir daí o HRMS informou que não ocorre a desassistência em nenhum dos setores da pediatria, já que em caso de não fechamento da escala, sobrevém a cobertura pelo pediatra do respectivo andar.

Por fim, o esclarecimento é de que foi aberto processo seletivo para contratar 17 médicos, sendo 15 aprovados. Ainda há 5 pediatras contratados e 11 concursados.

Já sobre o último concurso aberto, que deve ocorrer nos próximos dias, foram disponibilizadas 8 vagas imediatas. O inquérito é assinado pela promotora Daniela Cristina Guiotti, da 76ª Promotoria.

Nova investigação

Em junho, o MPMS abriu novo inquérito civil para apurar o déficit de profissionais no hospital. Denúncia apontou a falta de cerca de 300 profissionais da enfermagem no HRMS.

Além disso, apontou que há falta de insumos básicos como soro fisiológico e seringas. A situação compromete o atendimento a pacientes no hospital referência para a saúde estadual.

Situação já havia sido denunciada no início do ano pelo Jornal Midiamax. Após a publicação das reportagens, o governo do Estado lançou concurso com 30 vagas para enfermeiro e 52 para técnico de enfermagem. No entanto, ainda assim, o número está muito abaixo dos 300 profissionais necessários.

O número é confirmado pelo Conselho Estadual de Saúde. Atualmente, muitos profissionais atuam no hospital como contratados temporários. Na avaliação do presidente do conselho, Ricardo Bueno, essa situação prejudica no atendimento: “Todo ano tem contrato vencendo, sendo renovado e o hospital se torna permanentemente um hospital de treinamento. Os profissionais não permanecem e isso prejudica a assistência”, afirma.

Consta na denúncia oferecida ao MPMS, que a situação tem desgastado os profissionais, que ficam sobrecarregados e exaustos com extras que acabam tendo que fazer para suprir a demanda. “Os profissionais estão extremamente sobrecarregados, já que não suportam mais fazer horas extras, que além de cansativas, são mal remuneradas”, afirma denúncia.

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