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Transparência

Na lista do PAC, aeroporto de Dourados já custou mais de R$ 80 milhões e só deve reabrir em 2024

Conclusão de reforma do aeroporto é considerada emblemática e ‘sem fim’
Marcos Morandi - Publicado em
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aeroporto dourados
Obras são realizadas pela empresa contratada pelo 9º Batalhão de Engenharia de Construção (Reprodução, Prefeitura de Dourados)

Anunciadas recentemente no pacote de grandes investimentos para Mato Grosso do Sul, algumas obras de infraestrutura podem mudar o perfil da maior cidade do interior, mas ainda precisam recuperar a confiança da população.

Entre os investimentos que figuram na lista do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do Governo Federal, a conclusão do aeroporto de Dourados, mesmo com 85% das obras adiantadas, ainda parece um sonho distante.

Desde que a obra foi iniciada em maio de 2021, somente a pista deve ser entregue no final de 2023. Com isso, para entrar em operação, o Aeroporto Regional Francisco Pereira de Matos terá que fazer ajustes na parte do terminal.

A obra da reforma da pista do aeroporto de Dourados é executada pelo Exército com orçamento inicial de R$ 72 milhões e deve totalizar mais de R$ 90 milhões, segundo informações do comandante do 9º Batalhão de Engenharia e Construção, coronel Carlos Alexandre Bastos Vasconcellos.

Na verdade, o planejamento inicial previa investimentos de R$ 44 milhões. Diferente do que estava no papel, a obra passou a demandar recursos que extrapolaram em mais de 100% valor previsto no primeiro projeto, conforme explicações do coronel Vasconcellos.

Entretanto, a conclusão da pista, que é responsabilidade do Exército, não significa que o aeroporto já entra em funcionamento. “Caberá depois à prefeitura de Dourados cuidar dos trâmites de liberação da obra e também da execução de ajuste no terminal já existente”, ponderou o coronel.

‘Obra sem fim’

A reportagem do Midiamax apurou que o projeto de construção de um novo terminal deverá ser encampado pelo Governo do Estado e executado pelo Governo Federal, com recursos do PAC (Programa de Aceleração Continuada). A nova obra deve custar mais de R$ 40 milhões.

“Nosso aeroporto já está fechado há 27 meses e pelo jeito deve mais alguns meses sem entrar em funcionamento. Isso é inconcebível para o porte de uma cidade como Dourados”, explica o executivo de uma empresa que trabalha em uma indústria recém-instalada na cidade. Para se deslocar até São Paulo, ele precisa se deslocar para Ponta Porão ou para Campo Grande.

Com agenda lotada de compromissos em vários estados, a representante comercial que atua no ramo de exportação de carnes, Maria Evangelista Marcondes, afirma que já teve que desmarcar compromissos por encontrar problemas com ajustamento de agendas por causa da falta de operação do aeroporto local.

“As pessoas não fazem ideia do transtorno que é ficar sem poder se deslocar diretamente para outros lugares pela falta de aeroporto em uma cidade como Dourados, que é considerada um grande centro de produção de carnes e também de grãos. Contudo, sem logística o desenvolvimento fica comprometido. Parece uma obra sem fim”, reclama a empresária.

Obra de Cein segue inacabada (Foto: reprodução, Cido Costa)

Sem definição

Os investimentos anunciados pelo presidente Lula do Novo PAC devem chegar a R$ 44,7 bilhões em obras em Mato Grosso do Sul. O valor para Dourados não está especificado na planilha de divulgação, mas o governo já detalhou em quais setores os recursos serão aplicados.

O segundo maior município do Estado será contemplado com 47 unidades habitacionais, ampliação de tratamento de abastecimento de água e de esgoto sanitário, retomada e conclusão de obra de Ceims (Centros de Educação Infantil).

A lista também prevê a retomada de obras no hospital do HU-UFGD, compra de equipamentos de pesquisa para a Embrapa, reforma e ampliação de pista, do pátio e do terminal de passageiros do aeroporto municipal.

Desde a gestão do ex-prefeito Murilo Zauith, obras de Ceims tiveram início, mas nunca foram concluídas na cidade. Quanto à construção de casas, a planilha não especifica se serão na área urbana, aldeia indígena ou região rural da cidade.

Em relação aos projetos de ampliação do HU-UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados), na há detalhamento das obras que serão priorizadas pelo Governo Federal. “Estou esperando a informação dos recursos e obras”, disse o superintendente do hospital, Hermeto Pascoalick.

A reportagem do Midiamax pediu uma avaliação da atual administração municipal a respeito dos investimentos anunciados pelo Governo Federal na cidade, mas até o momento não recebeu nenhum retorno.

HU de Dourados está contemplado pelo PAC (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

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