Pular para o conteúdo
Transparência

MPMS pede pressa à Justiça para liberar desmatamento no Parque dos Poderes

Promotor quer evitar audiências ou novas provas no processo para fazer valer 'acordão' contestado por ambientalistas
Gabriel Maymone -
Parque dos Poderes, em Campo Grande. (Saul Schramm, Governo de MS)

O MPMS (Ministério Público de ) pediu à Justiça celeridade no julgamento de ação que pode fazer valer ‘acordão’ feito pelo órgão com o governo do Estado que libera desmatamento de 28 hectares no Parque dos Poderes.

Nos autos, ambientalistas haviam pedido ao juiz a produção de provas como mapas, fotografias e memoriais que demonstrem a importância do Parque para a manutenção do clima e do controle de erosão para a cidade bem como testemunhas para mostrar a importância que a sociedade dá para a questão.

No entanto, o promotor de Justiça Luiz Antônio Freitas de Almeida se opôs aos ambientalistas. “Contra qualquer nova tentativa de autocomposição ou conciliação entre as partes”.

Então, o promotor diz: “Não verificando qualquer outra prova útil a produzir, é caso de sanear o feito e julgá-lo o quanto antes. Qualquer insistência em produção de prova é medida claramente procrastinatória, a tentar manter o processo em andamento, adiando o seu julgamento”.

Por fim, o promotor dispara: “Espera-se o julgamento de procedência dos pedidos veiculados nesta inicial, pois, se isso não ocorrer, pode ser que o resultado judicial final seja bem pior que o acordo apresentado”.

MPMS briga na Justiça por desmatamento no Parque dos Poderes (Reprodução, Jornal Midiamax)

Por que o MPMS quer pressa?

O processo tramita ainda em 1º grau, na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. No decorrer do processo, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa chegou a suspender o processo para produção de provas e até realizou audiências.

Todas as ações do magistrado foram baseadas para instruir o processo e, então, poder proferir uma sentença.

A advogada e ambientalista Giselle Marques, explica que o ‘acordão’ que o MPMS quer fazer valer não protege o meio ambiente. “MP fala que está protegendo 11 hectares, mas não fala que vai permitir o desmate dessa diferença”.

Dessa forma, o promotor quer que o juiz encerre logo o caso para, caso haja uma sentença contra o ‘acordão’, o MP possa recorrer da decisão e tentar reverter em 2º grau.

Leia também – Justiça negou recurso sobre decisão contra o ‘acordão’

MPMS confirmou que acordo esquenta desmatamento já feito no Parque

Em recurso, o MPMS confirma que o acordo ‘esquenta’ desmatamento já feito previamente sem autorização. Em uma manobra para dizer que está a favor do meio ambiente, o promotor diz que não serão desmatados 28 hectares de 11 áreas previstas no acordo. “Porque as onze áreas não estão totalmente vegetadas; muitas delas já estão antropizadas [desmatadas por ação humana]”.

Em defesa do acordo que libera o desmate equivalente a 28 campos de , o promotor afirma que a medida visa “garantir ganhos ambientais claros”. Ainda, diz que, sem o acordo, o Estado ficaria ‘livre’ para desmatar mais áreas, já que não há uma lei que determine que todo o Complexo dos Poderes deve ser preservado.

Justiça já havia negado recurso do Governo do Estado para liberar o desmatamento. No entanto, a PGE (Procuradoria-Geral do Estado) apresentou novo recurso na Justiça. A ação tramita na 2ª Câmara Cível.

Ambientalistas rebatem argumentos do MPMS

Grupo protesta em frente ao fórum. (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

No entanto, ambientalistas que movem a ação discordam dos pontos apresentados pelo MPMS. “É um absurdo desmatar a vegetação nativa para fazer estacionamentos e edificar prédios, tendo em vista as mudanças climáticas que geram desastres ambientais, como os que nós estamos assistindo agora no ”, afirmou a advogada ambientalista Giselle Marques, que está no processo como assistente litisconsorcial – polo ativo do processo.

Ela considera, ainda, que o desmatamento deve elevar ainda mais as temperaturas na Capital.

Giselle defende que a “supressão vegetal para a edificação de prédios da administração pública e de estacionamentos viola o princípio da eficiência administrativa, pois há vários prédios no centro da cidade que estão abandonados e que podem abrigar as repartições públicas”.

Para os ambientalistas, há várias falhas no ‘acordão’ com o MPMS. Um dos pontos alegados pelos defensores do meio ambiente é de que o acordo não cita se houve licença ambiental para liberar o desmatamento nas 11 áreas.

Outro questionamento dos ambientalistas é de que não há uma regra clara sobre a compensação ambiental que deverá ser feita como a área e o local. Visto que o desmatamento de uma vegetação nativa não pode ser ‘substituída’, que seja por uma compensação que sequer consta em que ponto do município ocorrerá.

Além disso, a área representa cinco vezes mais que o autorizado inicialmente pelo , há quatro anos, quando houve um estudo de impacto ambiental.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Paraguai expulsa brasileiro procurado por homicídio doloso e tráfico de drogas

bolsonaro

Bolsonaro diz que Pix é criação própria e se coloca para negociar com Trump

Estágio

IEL abre 284 vagas para estágio em Mato Grosso do Sul

BR-163

ANTT autoriza novo trecho e duplicação da BR-163 em Campo Grande será de 8,1 km

Notícias mais lidas agora

JBS terá que participar de conciliação com moradores por fedor no Nova Campo Grande

mpms

Com 88 sigilos, MPMS gastou mais de R$ 369 mil em diárias durante junho

mpt

MPT cassa aposentadoria de ex-procurador do trabalho de MS por casos de assédio

‘Vampetaço’: ensaio nu de Vampeta salvou cinema de quase 100 anos; entenda a origem do meme

Últimas Notícias

Cotidiano

Viu a Marcela? Família oferece R$ 200 de recompensa por cachorrinha que sumiu no Jardim Aeroporto

A cachorrinha pertence a uma criança de oito anos, que está profundamente abalada com o desaparecimento do animal

Política

Ao lado de Nelsinho e Tereza, Marcos Pontes e mais integram comissão aos EUA

Viagem foi definida como CTEUA (Comissão Temporária Externa para interlocução sobre as relações econômicas bilaterais com os EUA)

Cotidiano

Empresa paulista vai restaurar 466 hectares de mata nativa em MS

A Cesp (Companhia Energética de São Paulo) anunciou que irá plantar 767 mil mudas em Anaurilândia e Bataguassu

Polícia

Detalhe revela que marido de Vanessa estava com celular e notebook não encontrados pela polícia

Acusação vai pedir para que João responda por fraude processual por sumir com eletrônicos após matar e atear fogo na esposa e na filha