‘Piores salários do País’: Servidores da segurança de MS criticam reajuste zero de Reinaldo

De forma geral, funcionalismo público estadual amarga 34% de defasagem salarial

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As entidades sindicais que representam os servidores estaduais de Mato Grosso do Sul da segurança pública emitiram nota nesta sexta-feira (28) criticando a decisão do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) de não conceder reajuste ao funcionalismo público. A administração estadual se baseia em recomendação de órgãos de controle.

“Neste governo, desde 2015, as perdas [salariais] alcançam 34%, levando-se em conta os índices oficiais da inflação. Soma-se ainda a perda previdenciária, que saltou de 11% para 14%”, diz o documento, que lembra do aumento da contribuição à previdência no início deste ano.

Assinam a nota Adepol/MS (Associação dos Delegados de Polícia do Estado), AEPJ/MS (Associação dos Escrivães de Polícia Judiciária), Sinpol/MS (Sindicato dos Policiais Civis), Sinpap/MS (Sindicato dos Papiloscopistas Policiais) e Sinpof/MS (Sindicatos dos Peritos Oficiais Forenses).

Ao Jornal Midiamax, o presidente do Sinpol, Giancarlo Miranda, explicou que as categorias vão monitorar as ações do governo para cobrar reajuste em 2022. “O governo se comprometeu a incorporar o abono e fazer a revisão geral no ano que vem. Vamos acompanhar. Temos uma das melhores polícias do Brasil e um dos piores salários do País”, afirmou.

Sete anos sem reajuste

Nesta semana,  a administração estadual anunciou que não poderia autorizar nem a correção inflacionária por recomendação do MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) e do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado). Reinaldo chegou a se comprometer com o reajuste, mas passou a ignorar os sindicalistas no fim das negociações.

É o segundo ano que a administração de Reinaldo Azambuja (PSDB) não autoriza nem a reposição inflacionária. Desde o primeiro ano de gestão, em 2015, o funcionalismo público não teve reajuste real, acima da inflação.

Desde então, os servidores estaduais amargam defasagem de 34% nos vencimentos há sete anos. “Desde 2015 é contabilizada a perda de 34%, considerando a inflação oficial do período e também o aumento da alíquota previdenciária dos servidores estaduais, que passou de 11% para 14%, o que significa uma perda de 3%”, explicou a economista Andreia Saragoça.

Por outro lado, a arrecadação do governo teve aumento de aproximadamente 26% nos seis anos completos de gestão tucana. É o que mostram os dados de receita do Portal da Transparência de MS, segundo os quais somente de janeiro a dezembro de 2020 foram arrecadados R$ 18,29 bilhões, contra os R$ 14,51 bilhões de 2015, primeiro ano de mandato do governador.

O saldo positivo nas finanças de Mato Grosso do Sul coloca o Estado na dianteira da prosperidade. Mas essa política tem um alto custo, que tem sido pago por contribuintes, consumidores e servidores públicos. Além da política fiscal rigorosa – MS possui uma das maiores taxas de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no país, que encarece produtos e serviços de forma generalizada – o funcionalismo público vive há sete anos sob uma política de arrocho salarial.

Além do aumento de 16% na arrecadação em 2020 – com receita que saltou de R$ 15,6 bilhões para 18,2 bilhões – entre março e dezembro do ano passado, a administração tucana não economizou muito em despesas diárias após a adoção do regime de teletrabalho em 2020, após o início da pandemia de Covid-19. Dados obtidos pelo Jornal Midiamax apontam que a administração de Reinaldo Azambuja (PSDB) não poupou nem 20% em gastos com água, energia elétrica e telefone.

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