85% das secretarias municipais têm brechas para corrupção, diz relatório

Relatório realizado pela Rede de Controle, que integra o TCU (Tribunal de Contas da União), a Controladoria-Geral de Campo Grande, a CGU (Controladoria-Geral da União), e o Tribunal Estadual e Controladoria Estadual aponta que 85% das organizações públicas do Poder Executivo possuem suscetibilidade a fraude ou corrupção acima do aceitável. O relatório foi publicado no […]

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Relatório realizado pela Rede de Controle, que integra o TCU (Tribunal de Contas da União), a Controladoria-Geral de Campo Grande, a CGU (Controladoria-Geral da União), e o Tribunal Estadual e Controladoria Estadual aponta que 85% das organizações públicas do Poder Executivo possuem suscetibilidade a fraude ou corrupção acima do aceitável. O relatório foi publicado no Diário Oficial desta quinta-feira (9).

Para o índice, foram consideradas boas práticas a implementação da prevenção, detecção, investigação, correção e monitoramento das ações das secretarias. Somente três das 21 organizações públicas do município de Campo Grande avaliadas possuem suscetibilidade à fraude e à corrupção em nível aceitável.

Segundo o relatório, estão mais suscetíveis as secretarias de Educação, Finanças, Infraestrutura, Saúde, Trânsito e Meio Ambiente. Entre as menos suscetíveis estão a Segurança Pública, de Regulação, Planejamento Urbano e a única em nível aceitável é a de Desenvolvimento Econômico.

Falta experiência técnica

O relatório aponta também que 56 dos 127 dirigentes do primeiro e segundo escalão pesquisados, nomeados no município, não informaram possuir em seu histórico profissional formação, experiência técnica ou experiência gerencial anterior compatível com a natureza do negócio e ou cargo que ocupam.

O estudo indica que dirigentes sem formação ou experiência adequadas podem comprometer o combate à fraude e corrupção de diversas formas. Por outro lado, gestores públicos preparados, que tenham experiência e formação compatível com as responsabilidades de um cargo de direção, especialmente em organizações públicas com alto poder de compra e de regulação, tendem a ser mais capazes de prevenir e detectar novos casos de fraude e corrupção.

Apenas 24% das organizações possuem nível aprimorado ou avançado de práticas de gestão de pessoal para prevenção de fraude e corrupção e apenas um deles foi nomeado mediante processo seletivo.

Federal, estadual e municipal

A avaliação conjunta dos órgãos de controle foi feita nas organizações federais, estaduais e municipais de Mato Grosso do Sul e ficou constatado que somente 25 das 282 organizações públicas federais, estaduais e municipais do Estado avaliadas possuem suscetibilidade à fraude e corrupção aceitável.

Além disso, 205 dessas organizações possuem suscetibilidade alta ou muito alta a esse tipo de ilícito. O estudo apontou que a maior parte das organizações públicas no Estado possui grande propensão ao surgimento de novos casos de fraude e corrupção, com baixa capacidade para identificar casos que estejam ocorrendo.