Fiems: Polícia Federal fez buscas em endereço onde achava que Sérgio Longen morava
Foto: Daiany Albuquerque

Ao cumprir mandados de busca e apreensão em nesta terça-feira (19), a Polícia Federal foi até uma casa onde Sérgio Longen, presidente da (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), morava há dois anos. As ações, que ocorreram em outros estados, fazem parte da , que investiga corrupção.

Em entrevista coletiva nesta terça, Longen afirmou que a casa pertence atualmente à ex-mulher dele, que aluga o imóvel para uma terceira pessoa. O presidente da federação não sabe se algo foi levado da residência.

O outro mandado de busca foi cumprido no 3º andar do prédio da Fiems, localizado na Avenida Afonso Pena, na Capital. O andar é o que compreende a controladoria da federação das indústrias. De lá os federais levaram documentos.

Conforme Longen, em Mato Grosso do Sul a Operação Fantoche investiga 11 projetos licitados, contratados e pagos pela Fiems para três empresas: Instituto Origami, IMDC e IPCB. Os contratos foram firmados entre os anos 2010 a 2014.

Os projetos alvos da investigação são: Cine Sesi, Fito (Festival Internacional de Objetos), Fábrica Verde, Em Nome das Cidades e Arte no Canteiro. Em alguns casos como o do Cine Sesi, quatro etapas são investigadas, o que totalizaria 11 projetos ao todo.

Longen explica que 100% do recurso usado para pagar os projetos foi encaminhado à Fiems pelo departamento nacional e auditado por órgãos de controle como a CGU (Controladoria-Geral da União) e TCU (Tribunal de Contas da União).

“Não temos conhecimento de irregularidade. Espero contribuir com os trabalhos da PF, estou à disposição dos órgãos de Justiça e imprensa para todo tipo de esclarecimento. Da nossa parte tudo foi feito com lisura”, disse.

Operação Fantoche

Foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Alagoas, além de 10 mandados de prisão temporária. Segundo a PF, são investigadas a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.

Os contratos eram, em sua maioria, voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados e com inexecução parcial, sendo os recursos posteriormente desviados em favor do núcleo empresarial por intermédio de empresas de fachada.

A ação tem o apoio do Tribunal de Contas da União e conta com 213 agentes federais e 8 auditores do TCU.

Confira a lista com os dez mandados de prisão autorizados pela :

  • Robson Braga de Andrade – presidente da CNI
  • Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva – empresário e um dos donos da Aliança Comunicação. Ele já havia sido preso pela PF em 2013, na Operação Esopo
  • Ricardo Essinger – presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe)
  • Francisco de Assis Benevides Gadelha – conhecido como Buega Gadelha, é presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB). A Fiep-PB afirmou que Buega cumpre agenda em Brasília (DF)
  • José Carlos Lyra de Andrade – presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA)
  • Lina Rosa Gomes Vieira da Silva – empresária e publicitária, ligada à Aliança Comunicação
  • Hebron Costa Cruz de Oliveira – advogado e presidente do Instituto Origami
  • Jorge Tavares Pimentel Junior – empresário sócio da empresa Neves e Silva Produção
  • Júlio Ricardo Rodrigues Neves – empresário, sócio da Idea Locação de Estruturas e Iluminação
  • Luiz Antônio Gomes Vieira da Silva – ligado à Aliança Comunicação