O diretor de uma ONG investigada pela PF (Polícia Federal) por suposta fraude de R$ 1,3 milhão contra a Caixa Econômica Federal teve sua prisão preventiva revogada pela Justiça Federal de Mato Grosso do Sul. A decisão de quarta-feira (31), quatro dias após ele ter sido detido pela PF, em Campo Grande.

Um dia antes da prisão, a Polícia Federal deflagrou a Operação Obliteração na Capital, cumprindo três mandados de busca de apreensão no Jardim Veraneio, Vila Sobrinho e região central de Campo Grande. A intenção era encontrar uma possível fábrica de falsificação de documentos, usados no golpe.

Para liberar o diretor, que tem rendimentos de aproximadamente R$ 24 mil, foi arbitrada fiança de R$ 70 mil. A acusação pedia R$ 500 mil como fiança, justamente o valor ao qual ele é acusado de ter conseguido desviar e dar outro destino senão devolução ao banco – outros R$ 800 mil foram recuperados.

Até o momento, não se sabe o paradeiro da quantia de meio milhão de reais, mas a acusação deduz que parte dela já tenha sido gasto na aquisição de automóvel de alto valor. Também é indicado que ele estaria dificultando sua localização e realizando gastos indiscriminados, e assim deveria permanecer preso.

Contudo, na revogação da prisão preventiva, o juiz considerou a argumentação da defesa, que repassou o endereço fixo do diretor e também ressaltou que ele tem bons antecedentes, sendo ainda primário – ou seja, nunca sofreu condenações.

Assim, o investigado foi liberado sob condição de comparecer mensalmente em juízo, além de ficar proibido de mudar de casa sem prévia autorização. Ele também não poderá se ausentar do domicílio sem permissão por mais de oito dias.

Recurso contra a fiança

Em contato com o advogado do diretor e também da ONG, ele afirma que irá tentar judicialmente isentar o investigado de pagar fiança. Além disso, ele sustenta que a acusação sobre o diretor não tem fundamento, mas que detalhes só serão apresentados após a denúncia completa ser apresentada à Justiça Federal.

Fraude

De acordo com a Polícia Federal, a fraude consistiu em cheque falsificado passado a agência bancária, no valor de de R$ 1,3 milhão. A investigação começou em setembro de 2018 após a Caixa informar sobre a situação. Do montante, R$ 500 mil os suspeitos conseguiram movimentar, enquanto a outra parte o banco conseguiu recuperar.