Contador ‘indicado’ por Moro é réu por suposta propina para sonegar ICMS
O contador Nilton Aparecido Alves, que segundo revelou a revista Veja desta sexta-feira (28) foi indicado pelo ex-juiz Sérgio Moro como testemunha na ação contra o ex-presidente Lula (PT), é réu em processo impetrado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por suposta prática de corrupção ativa. Conforme os autos, interceptação telefônica do […]
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O contador Nilton Aparecido Alves, que segundo revelou a revista Veja desta sexta-feira (28) foi indicado pelo ex-juiz Sérgio Moro como testemunha na ação contra o ex-presidente Lula (PT), é réu em processo impetrado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por suposta prática de corrupção ativa.
Conforme os autos, interceptação telefônica do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) flagrou conversa entre Nilton e um técnico fazendário que fez pedido de propina para beneficiá-lo com a redução da cobrança do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadoria e Serviços).
Em interrogatório, o contador disse que mantinha contato com técnico fazendário apenas para obter simples auxílios na abertura de empresas, inscrição estadual, entre outros, e que nunca pagou ou recebeu pedido de propina.
Contudo, confrontado sobre a existência da gravação, Nilton acabou confessando que recebeu pedido de propina, mas seguiu afirmando que não fez o pagamento ilegal. A sonegação do imposto era referente ao comércio de tronco pré-fabricado, usado em construções. O contador disse que não chegou a concretizar tal venda.
A ação é resultado da Operação Grãos de Ouro, que prendeu dois servidores da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) por encabeçarem esquema que sonegou R$ 44 milhões em Mato Grosso do Sul. Um dos presos é o técnico fazendário que conversava com Nilton. O caso é tratado na 1ª Vara Criminal de Campo Grande.
Indicação de Moro
Segundo informações da revista Veja, Nilton foi indicado por Moro ao procurador e chefe da Operação Lava Jato no MPF (Ministério Público Federal), Deltan Dallagnol, como possível testemunha sobre negócios ilícitos dos filhos de Lula.
A conversa ocorreu no aplicativo Telegram e foi vazada pela série de reportagens do site The Intercept, sem o nome das testemunhas, há três semanas. Para chegar até Nilton, Dallagnol procurou outro indicado por Moro, empresário de Campo Grande, dono de um posto de combustíveis na saída para São Paulo.
Contudo, Nilton teria se negado a colaborar com a investigação, o que fez Moro e Deltan cogitarem forjar uma denúncia anônima que, assim, obrigaria o contador a depor.
À Veja, Nilton disse não saber por que seu nome está envolvido no caso. “Alguém deve ter falado alguma coisa errada”, reclamou, se negando depois a dizer se prestou algum depoimento à Lava Jato e se teria informações sobre os filhos de Lula.
O Jornal Midiamax tentou contato telefônico com Nilton, em seu escritório, mas não obteve êxito.
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