Denúncias revelam envolvimento do Governo em esquema

Quatro dias depois de informar que confia na “atuação democrática dos representantes do povo”, o MPE (Ministério Público Estadual) decidiu investigar o envolvimento de políticos de Mato Grosso do Sul, entre eles o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), em suposto esquema de cobrança de propina para concessão de benefícios fiscais. Em nota divulgada nesta segunda-feira, o MP diz que pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que documentos da delação dos empresários da JBS sejam compartilhados.

A nota é assinada pelo procurador-geral em exercício, Humberto Brittes, mas a apuração deve ser comandada pelo procurador-geral Paulo Passos, que está de férias.

Segundo o MP, quando tiver acesso aos documentos encaminhados pela JBS à Procuradoria-Geral da República, o órgão executará “medidas que se fizerem necessárias à apuração de responsabilidade por eventuais atos de improbidade administrativa praticados, ora afetos à atribuição deste Parquet Estadual”.

O procurador também afirma que nova denúncia feita por empresários do Estado que reforçam a existência de suposto esquema de propina também motivou a decisão do MP em abrir procedimento para apurar o Governo.

“Foi instaurado o competente Procedimento Preparatório no âmbito desta Procuradoria-Geral de Justiça para a colheita de elementos de prova para a elucidação dos mencionados fatos e responsabilização dos eventuais envolvidos”, afirmou Brittes.

Confiança

Quatro dias após dizer que confia no Governo, MP abre apuração contra Reinaldo

A declaração foi dada pelo procurador durante visita de Azambuja ao MP, em”peregrinação” feita por ele para se defender das acusações dos delatores da JBS.

No dia seguinte, a assessoria de imprensa do órgão explicou ao Jornal Midiamax que a declaração de Passos na íntegra foi a seguinte: “confia na atuação democrática e republicana dos representantes do povo, o que não os isenta de serem investigados pelas instâncias federais e estaduais competentes para tanto. Em uma república todos são iguais e, portanto, são submetidos ao império da lei”.