Centro de Controle de semáforos pode custar R$ 35 milhões em Campo Grande

Prefeitura abriu licitação em setembro; certame foi suspenso nesta terça

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Prefeitura abriu licitação em setembro; certame foi suspenso nesta terça

A Prefeitura de Campo Grande suspendeu uma licitação aberta em setembro com o objetivo de contratar serviços de sinalização semafórica na Capital. A licitação, que previa um gasto de até R$ 35,1 milhões, iria receber propostas nesta quarta-feira (1).

Os serviços incluem tanto a manutenção da rede de semáforos no trânsito da Capital quanto o fornecimento de equipamentos e serviços de apoio técnico para criação do Centro de Controle Operacional. A estrutura permitiria que a cidade tivesse a chamada “onda verde”, e seu projeto vem sendo anunciado desde 2013.

Na relação de preços previstos pelos serviços, são detalhados gastos com fornecimento de equipamentos, materiais e serviços de implantação de sinalização, serviços de retirada da sinalização existente, fornecimento de cabos de fibra ótica e obras para alimentação da rede de semáforos por meio dutos subterrâneos.

A Prefeitura ainda prevê no edital a compra de 35 câmeras de videodetecção, além de colunas e cabos para instalação dos equipamentos e contratação de serviço de configuração e teste dos aparelhos. Ao todo, a instalação do sistema de detecção veicular em tempo real foi orçada em R$ 798 mil.

A licitação prevê também gastos de R$ 3 milhões por um período de dois anos com a contratação de equipes técnicas para manutenção dos semáforos da Capital. As equipes seriam compostas por técnicos, eletricistas, auxiliares e veículos.

Só com os serviços relativos ao Centro de Controle Operacional, são previstos gastos da ordem de R$ 13,4 milhões, com custos com sinalização vertical e horizontal, projetos de engenharia, fornecimento de equipamentos e licenças, além de serviços de instalação de softwares e equipamentos.Centro de Controle de semáforos pode custar R$ 35 milhões em Campo Grande

Centro de Controle

A Prefeitura aponta, na licitação, que a sinalização viária da Capital estaria “muito desgastada de maneira geral”, com faixas apagadas, placas deterioradas, além da falta de placas de orientação.

A maioria dos 474 pontos de intersecção no trânsito com semáforos possui equipamentos com “vida útil ultrapassada”, ainda segundo a licitação.

Com a criação do Centro de Controle Operacional, a Prefeitura pretende integrar a rede de semáforos a uma estrutura de monitoramento em tempo real, por meio de comunicação sem fio e redes de fibra ótica subterrâneas.

O sistema deve garantir a atualização em tempo real dos semáforos e o controle dos tempos fixos dos semáforos existentes, conforme a licitação. No Centro, a Prefeitura também vai monitorar falhas em semáforos.

As quantidades de equipamentos solicitadas na licitação preveem já danos aos aparelhos oriundos de acidentes e intempéries, como raios e chuvas. O motivo da suspensão da licitação não foi informado, mas o certame deverá ter continuidade.

Dois veículos para cada três habitantes

Segundo a Agetran Agência Municipal de Trânsito), existem atualmente no município 64,8 veículos para cada 100 habitantes, o equivalente a quase dois veículos para cada três pessoas.

Ainda segundo a Agência, em 2014, foram registradas 112 mortes no trânsito da Capital, comparadas a 83 em 2016. No mesmo ano, foram registrados outros 6.745 acidentes com vítimas com lesões leves e/ou graves.

A Agetran calcula que o custo médio aos serviços públicos de saúde para atenderem vítimas feridas nesses acidentes é de R$ 90 mil – que sobre para R$ 421 mil quando são atendidas vítimas fatais.

“Os investimentos em infraestrutura para melhoria das condições viárias com sinalização, melhoria de pontos críticos, monitoramento e controle de tráfego representam uma pequena parcela de investimentos que podem salvar vidas e poupar recursos em saúde”, afirma o órgão.