Paulo Corrêa tenta explicar flagrante: ‘confundi ponto fictício com manuscrito’
Caso será encaminhado à Corregedoria e Assembleia terá ponto eletrônico
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Caso será encaminhado à Corregedoria e Assembleia terá ponto eletrônico
O deputado estadual Paulo Corrêa (PR), flagrado em um áudio orientando o colega Felipe Orro (PSDB) a fraudar o ponto de registro de frequência de servidores, se pronunciou nesta terça-feira (1) na Assembleia, disse que se confundiu com expressão usada, pediu desculpas pelas palavras chulas e disse que não sabia que estava sendo gravado.
Corrêa explicou que a ligação flagrada aconteceu há mais de um ano, e que procurou o amigo Orro para lhe comunicar sobre uma reportagem veiculada no Fantástico sobre existência de servidores fantasmas na Assembleia do Rio Grande do Sul. Ele chamou a gravação de ‘grampo criminoso’.
“Peço desculpas pelo ponto fictício. Usei erroneamente essa palavra. Quis dizer que deveria ser de forma literal e manuscrita”, disse o deputado, que emendou que a conversa era ‘informal com um amigo’.
O parlamentar não explicou como faz o registro de ponto dos servidores lotados em seu gabinete, mas afirmou que tem 25 funcionários, número que estaria ‘dentro da cota’. Ele também apresentou um requerimento cobrando instalação de ponto eletrônico em todos os gabinetes da Assembleia.
Segundo o deputado, ao orientar o colega a instalar ‘ponto fictício’, ele quis dizer que servidores lotados no gabinete, mas que trabalham no interior deveriam ter ponto registrado na Assembleia, em Campo Grande, para comprovação de presença.
“Em 20 anos como deputado nunca me envolvi em nenhum escândalo”, disse Paulo Corrêa. O republicano disse que não suspeita quem seja o responsável por propagar o áudio, divulgado, segundo ele, de ‘má fé’, e prometeu procurar a polícia para achar o culpado.
Corrêa revelou também que chegou a ser procurado na época da gravação por uma pessoa querendo lhe vender ‘uma fita’. “Não me rendo à chantagem”, frisou. O deputado disse está ‘à disposição’ das autoridades para eventuais apurações sobre o caso.
Felipe Orro, que foi orientado pelo colega para fraudar registro de freqüência de seus assessores, também disse ter sido procurado por alguém com proposta para comprar o áudio.
O deputado do PSDB disse que na ocasião da gravação estava na cidade de Maracajú, ao lado de um homem que identificou como Pr. Jairo, que lhe emprestou o telefone celular para atender ao chamado de Corrêa. O tucano destacou que ele mesmo controla a frequência de seus funcionários e que não cometeu nenhuma irregularidade.
Repercussão
Apesar das explicações dadas pelo deputado Paulo Corrêa, a bancada do PT pediu que o caso seja apurado pela Corregedoria da Casa, sendo atendido pela presidência, e solicitou, também, a instalação de ponto eletrônico para controlar assiduidade dos servidores.
“Somos questionados nas ruas e pela imprensa. Fica essa nuvem, tem funcionário fantasma na Assembleia?”, pontuou o deputado Pedro Kemp (PT), destacando que os questionamentos da existência de servidores fantasmas na Casa surgiu na campanha eleitoral. “Precisamos de decisões mais firmes para responder a sociedade naquilo que estão nos cobrando nesse momento”, emendou o petista.
Ponto
O presidente da Casa, deputado Junior Mochi (PMDB), disse que o fato, noticiado pela imprensa e disseminado nas redes sociais, carece de uma resposta da Casa. O peemedebista elencou algumas ações que, segundo ele, dão ‘transparência’ ao legislativo estadual.
Mochi citou a extinção da verba de representação para deputados integrantes da Mesa Diretora, do recadastramento dos servidores do legislativo, do ato que disciplinou a jornada de trabalho e exigiu assinatura de livro de ponto, entre outras ações que teriam resultado em uma economia de cerca de R$ 300 mil mensais à Assembleia.
O presidente determinou, durante a sessão de hoje, a abertura de processo licitatório para aquisição de ponto eletrônico digital para registro de frequência dos servidores da Assembleia.
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