Descrédito nos políticos marca a opinião da população sobre caso Paulo Corrêa
‘Político é tudo igual’
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‘Político é tudo igual’
Campo-grandenses estão descrentes nos políticos em geral. O Jornal Midiamax consultou a opinião da população na tarde desta quinta-feira sobre conteúdo de gravação de ligação entre o deputados estaduais, Paulo Corrêa e Felipe Orro. Durante a ligação, Corrêa estaria instruindo Orro a fraudar a folha de ponto de seus funcionários nomeados na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
O sentimento de desânimo transparece na opinião da operadora de caixa Manoela Gil Gleizer, de 21 anos. Segundo ela os crimes precisam ser investigados e denunciados, mas não ficou surpresa ou assustada com o conteúdo das gravações porque fraudes entre a classe política é muito comum e demonstra descrédito em alguma punição para os parlamentares. “No final, sempre fica como se nada tivesse acontecido”, lamenta ela.
A estudante Ludmila Príscyllen Cáceres, de 18 anos, fala no mesmo tom. “Nossa, ele está ensinando o outro a fazer errado! A política no Brasil é mesmo muito fraca. Este áudio é uma prova, mas sempre fica por isso mesmo”, diz ela.
Já o eletrotécnico Guilherme Freitas, de 48 anos, demonstra uma certa revolta diante de tais acontecimentos e acredita que a população tem o poder de mudar o cenário através do voto. “Nós eleitores deveríamos tirar esses maus políticos nas eleições, tínhamos que trocar todos eles. Tantas pessoas precisando de assistência, saúde, educação, segurança e eles estão preocupados em justificar seus erros, usando o dinheiro público”, reclama ele.
Para a dona de casa Adriana Silva, de 32 anos ‘político é tudo igual’. E se diz desanimada com os representantes. “Fazem vista grossa para muitas coisas. Deveriam ter vergonha e fazer o que é certo”, finaliza ela.
O deputado estadual Paulo Correa e sua assessoria foram contactados pelo Jornal Midiamax, porém até o fechamento desta matéria não enviaram declarações.
Eleições 2016
O clima de descrédito e desânimo mencionado pelos campo-grandenses é confirmado no resultado das Eleições de 2016. De acordo com os dados do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul), a taxa de abstenção no pleito deste ano foi 18% maior que o registrado nas eleições de 2012. No primeiro turno a taxa de não votantes foi de 19,20% e no segundo, 22,32%, o que significa 114.286 e 132,865 eleitores que deixaram de votar, respectivamente, nas eleições municipais.
A título de comparação, tanto no primeiro como no segundo turno, o número de eleitores que deixaram de votar foi maior que quantidade de eleitores que votaram na segunda colocada, Rose Modesto. Se juntarmos a estes valores os números de votos brancos e nulos, os índices tonam-se bem mais expressivos.
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