Nenhuma justificativa da  foi encaminhada para a CGU sobre as inconsistências

A CGU (Controladoria-Geral da União) divulgou nesta terça-feira (14) uma auditoria feita em 243 órgãos, com mais de 330 mil inconsistências na folha de pagamento de pessoal do Poder Executivo Federal, entre os anos de 2010 e 2014. Na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), são 134 indícios de irregularidades, com pagamento indevido de R$ 2.680.651,70.

O estudo foi feito para analisar a execução dos pagamentos aos servidores ativos civis da União, aposentados e beneficiários de pensão. Segundo o documento, a partir da detecção das inconsistências, o trabalho gerou uma economia de cerca de R$ 1,2 bilhão (R$ 445,9 milhões anuais) com a suspensão e correção de pagamentos indevidos, até dezembro de 2014.

Nenhuma justificativa da UFMS foi encaminhada para a CGU sobre as inconsistências encontradas. O desembolso anual da União para pagamento de pessoal ativo, com e sem vínculo, aposentados e pensionistas, corresponde a cerca de 129 bilhões de reais, com geração de cerca de 1,6 milhões de fichas financeiras.

Todos os órgãos

No geral, 243 órgãos foram auditados nos últimos quatro anos. Os auditores descobriram, por exemplo, 153 casos em que funcionários mudaram as próprias informações nos sistemas de recursos humanos, dando margem a aumento de salário. Trata-se, no entanto, de uma situação rara entre as 330 mil falhas detectadas.

Em 12 mil casos, o empregador faz descontos menores que os devidos no contracheque. Servidores e pensionistas que tiveram parcelas de devolução ao erário interrompidas ou mesmo alteradas representaram, nos períodos investigados, um prejuízo de R$ 253 milhões aos cofres públicos.

Ao menos 260 casos eram de “filhas solteiras” de servidores mortos, maiores de idade, que recebiam pensões, mas tinham estado civil distinto. Dessas, 62 eram casadas. Outras 41 pensionistas, com direito ao mesmo benefício, eram homens e seis estavam registradas com “sexo inexistente”.

Ao menos 67 “filhos” de servidores recebiam pensão, mas nasceram mais de um ano após a morte do instituidor do benefício (pai ou mãe). Em mais 232 casos, os “filhos” eram mais velhos que o pai ou a mãe.

Teto

Um grupo de 19 pessoas ganhava acima do teto do funcionalismo público, hoje em R$ 33,7 mil. E mais 3.390 tiveram reajustes generosos, que alcançaram mais de 200% entre 2008 e 2011. A CGU diz que o trabalho continuará sendo feito de tempos em tempos, para cortar mais gastos. Nenhum nome de servidor foi divulgado pela auditoria. (Com informações da Folha de São Paulo).