Deputados federais de MS já gastaram R$ 1,3 milhão do ‘cotão’ neste ano

Em média, cada parlamentar usou R$ 167,5 mil de janeiro para cá

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Em média, cada parlamentar usou R$ 167,5 mil de janeiro para cá

Imagine que, além do salário, seu patrão pague a você um valor ainda superior para custear combustível, viagens, alimentação, aluguel de veículos e custeio de escritório incluindo aluguel de imóveis e equipamentos. É justamente isso que acontece com os deputados federais: só de janeiro até meados de julho, quando a Câmara dos Deputados entrou em recesso de meio de ano, os parlamentares sul-mato-grossenses gastaram R$ 1,3 milhão do chamado ‘cotão’, a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar.

Cada um dos oito deputados federais de Mato Grosso do Sul – Zeca (PT), Vander Loubet (PT), Tereza Cristina (PSB), Mandetta (DEM), Geraldo Resende (PMDB), Elizeu Dionízio (SD), Dagoberto Nogueira (PDT) e Carlos Marun (PMDB) – tem direito a uma cota de R$ 40.170,98 mensais, além do salário, de R$ 33,7 mil. O montante extra é pago mediante comprovação de gastos e é cumulativo ao longo do ano, ou seja, cada parlamentar pode gastar R$ 482 mil anuais praticamente como quiser, sem necessidade de licitação – R$ 3,85 milhões, no total.

O benefício é previsto no ato da mesa diretora número 43, de maio de 2009, e o valor varia conforme o preço de passagens aéreas de Brasília até a Capital do Estado pelo qual o parlamentar foi eleito. O ‘cotão’ para um deputado do Acre é de R$ 44,2 mil, enquanto para o parlamentar representante do Distrito Federal o valor é de R$ 30,4 mil, por exemplo.

Os dados publicados no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados revelam que, de janeiro para cá, cada parlamentar de MS gastou em média R$ 167,5 mil, ou 34,7% do total a que têm direito. Quem mais gastou foi Tereza Cristina, que consumiu R$ 179,8 mil para bancar, entre outras coisas, aluguel de salas em edifício de escritórios em área nobre de Campo Grande, enquanto na outra ponta da tabela, Geraldo Resende é o mais ‘econômico’ com relação à cota, tendo gasto pouco mais de R$ 122 mil.

Existem algumas regras para os deputados usarem o ‘cotão’, como o limite de R$ 10,9 mil mensais para alugar veículos. Mas, podem gastar o dinheiro com passagens aéreas; telefonia; serviços postais; manutenção de escritório de apoio à atividade parlamentar e todos os custos referentes a isso, de aluguel de imóvel a assinatura de TV a cabo; alimentação; hospedagem fora do Distrito Federal; despesas com locomoção; combustível e lubrificantes; serviços de segurança; contratação de consultorias; e divulgação da atividade parlamentar.

Vasculhando os dados apresentados pelos parlamentares, é possível identificar que Zeca chega a gastar os R$ 10,9 mil a que tem direito com locação de automóveis, mas aluga carros populares: três Gol e um Voyage. Já Tereza Cristina e Dagoberto gostam de andar de Hilux SW4, que custam R$ 7,8 mil por mês.

O maior volume usado em um único mês foi de Geraldo Resende. Em fevereiro, apresentou contas de R$ 62,2 mil, sendo R$ 38,2 mil a título de “divulgação da atividade parlamentar”.

Manter escritórios custa na faixa dos R$ 6 mil para alguns dos parlamentares, como Tereza, Dagoberto e Geraldo. Este último, por exemplo, paga R$ 1,6 mil mensais a uma empresa de Dourados pelo aluguel de 17 computadores.

Levantamento do site Congresso em Foco, feito no começo deste ano, revela que cada deputado federal custa R$ 1,9 milhão por ano aos cofres públicos. Além do salário e do ‘cotão’, eles ainda desfrutam de auxílio-moradia e R$ 78 mil para contratar até 25 funcionários.

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