Afastada do Aquário, Proteco deixa funcionários sem comida e salários
Pedreiros do Nordeste querem voltar para casa
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Pedreiros do Nordeste querem voltar para casa
A Proteco Construções Ltda. que foi afastada pelo governo do Estado das obras do Aquário do Pantanal, ainda não pagou a rescisão contratual e já não fornece mais comida para os 33 pedreiros que buscou no Nordeste para tocar a obra. Eles prometem ficar na frente do Aquário nesta sexta-feira (24).
Os pedreiros, que preferem não se identificar, disseram que foram afastados nesta semana da obra. Homens de chinelo, com medo de falar na frente da obra e sem a certeza de que vão comer no almoço ou voltar para casa com as promessas de trabalho cumpridas.
“Ontem, o engenheiro disse que ia nos ligar para falar do acerto e que receberíamos o café no alojamento. Mas não levaram nada para a gente comer. A cozinheira também já falou que não tem ordem para nos dar almoço hoje. Ficamos preocupados e vamos ficar aqui até receber, pra gente poder voltar para casa”.
Além de não receber e ficar sem comer, eles são impedidos de entrar na obra. “Não podemos entrar e ninguém vem falar com a gente. Esperamos uma solução e só queremos o que é nosso”.
Eles dizem que foram buscados do Nordeste em ônibus fretado pela empresa, com salário inicial de R$ 1.406,00, mais sacolão, tíquete-alimentação e passagem de ônibus, além das horas extras. “Com o tempo, a Proteco foi cortando tudo. Até o mês passado a gente ainda fazia uma hora extra por dia, hoje nem isso mais”.
Todos moram juntos no alojamento, que fica próximo do Terminal Morenão e nenhum deles tem contato direto com a empreiteira. “Só falamos com o engenheiro, que fala com o mestre de obras e eles que passam as informações. Não sabemos nem para quem ligar lá agora que ninguém nos fala nada”.
Ontem, duas máquinas da Proteco Construções Ltda. foram retiradas da obra. “Hoje vão vir tirar ferramentas e outras máquinas. Estamos esperando eles chegarem para ver como vai ficar nossa situação”.
“Daqui a 500 anos”
Há mais de um ano eles dizem tocar a obra em conjunto com funcionários da Fluidra e da Sul Metal. “De pedreiro mesmo, só 33 pessoas. Tinha mais 35 do presídio ajudando, mas depois que os carros foram queimados no estacionamento, eles foram retirados da obra”.
Segundo os pedreiros os engenheiros disseram que a obra deve ser entregue em outubro, mas riem da situação. “Do jeito que está, só com a gente trabalhando, daqui uns 500 anos fica pronto”.
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