Empreiteiras ligadas a João Amorim ganham prorrogação em contratos com a Prefeitura
Ex-secretária admite que assinou a prorrogação retroativa de contratos ‘a pedido do prefeito’ Olarte
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Ex-secretária admite que assinou a prorrogação retroativa de contratos ‘a pedido do prefeito’ Olarte
Empresas ligadas ao empreiteiro João Amorim e seu genro, Luciano Dolzan,tiveram contratos com a Prefeitura de Campo Grande prorrogados, retroativamente, e continuam ‘dominando’ serviços como a manutenção de vias públicas. Kátia Castilho, que recentemente entregou o cargo de secretária municipal de obras, admite que chegou a assinar contrato que, segundo ela, teria sido suspenso, mas não informa quando e em que data teria sido publicado no diário oficial. De seis contratos, quatro venceram em 30/7/2014. A ex-secretária diz que atendeu determinação do prefeito Gilmar Olarte (PP).
As prorrogações foram todas efetivadas após o ex-secretário Semy Ferraz pedir exoneração sem maiores explicações. À época, Semy disse apenas que deixava o cargo por motivos particulares. Castilho, que assumiu no lugar de Ferraz, também não quis permanecer na secretaria municipal que lida com as empreiteiras.
Ela pediu para Olarte arrumar outro secretário e continuou na Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), mas como subsecretária. Kátia, no entanto, não confirma os rumores de que teria deixado o cargo porque tem perfil técnico e não estaria lidando bem com a “pressão dos empreiteiros”. “Eu estive ali apenas provisoriamente, como interina mesmo”, explica, sem comentar os “rumores”.
Com relação aos contratos que foram prorrogados, a atual subsecretária confirma a manobra burocrática que deu mais tempo para as empreiteiras prestarem à Prefeitura da Capital um dos serviços mais visados no setor de obras. Ela garante, no entanto, que tudo foi feito “no limite legal”.
“Os tapa-buracos, por exemplo, são visados porque é muito difícil fazer a mensuração do que realmente foi realizado”, explica um engenheiro ligado à empreiteira que há 16 anos tenta ‘furar’ o bloqueio das empreiteiras que tradicionalmente ganham as licitações.
Apesar de dizer que não tem provas para falar em eventual favorecimento, o engenheiro civil diz que os indícios de suposto oligopólio nos contratos da Prefeitura de Campo Grande são fortes. “Se você pegar desde que o Puccinelli chegou na Prefeitura com o Giroto, passando pelo Nelsinho, pelo Bernal e agora pelo Olarte, os nomes não mudam muito. Tem muita coincidência aí nesse meio, e muita gente que enriqueceu”, comenta.
Entre as empreiteiras que ganharam a prorrogação retroativa, em quatro dos seis contratos, durante o curto período de Kátia Castilho como secretária, estão a Proteco Construções Ltda., que pertence ao empreiteiro João Amorim, a LD Construções Ltda., propriedade de Luciano Dolzan, genro de João Amorim, e a DMP, Construções, cujo titular seria Lucas Morbi de Miguel, cunhado do irmão de Amorim.
Com uma verdadeira coleção de questionamentos em mãos, alguns feitos por ela própria, a ex-secretária Kátia Castilho explicou a assinatura de diversas prorrogações de contratos entre a Prefeitura e alguns fornecedores, no período em que esteve à frente da Secretaria de Obras.
Só na edição do dia 17 de outubro, o Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) publicou a prorrogação por um ano de pelo menos cinco desses contratos. Todos os termos aditivos têm data de 28 de agosto de 2014:
O sétimo termo aditivo do contrato nº 82, de 26/4/2010, com a DMP Construções, prorroga sua vigência até 21/8/2015.
O segundo termo aditivo do contrato nº 54, de 5/3/2012, com a Proteco Construções, faz a prorrogação até 31/7/2015.
Os contratos de nº 63, 64 e 65, todos com a LD Construções e datados de 5/3/2012, receberam o primeiro termo aditivo cada um, prorrogando as respectivas vigências até 31/7/2015.
De acordo com Kátia Castilho, as prorrogações em questão referem-se a contratos de manutenção, que poderiam, a princípio, ser renovados a cada 12 meses, até o limite de cinco anos. “Assinei a pedido do prefeito [Gilmar Olarte], mas para tudo busquei o parecer da Assessoria Jurídica”, afirmou.
Kátia Castilho também confirmou que chegou a assinar a prorrogação de um contrato que só não venceu porque foi ‘suspenso’. Segundo ela, o amparo jurídico para renovar um vínculo contratual que já deveria ter se extinguido seria a saída do secretário anterior, Semy Ferraz. Ele teria deixado em aberto um empenho já assinado e, por esse motivo, o parecer da Assessoria Jurídica da própria Prefeitura foi favorável à prorrogação.
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Jorge e Mateus excluem MS da turnê de despedida e dupla poderá sair de cena sem se apresentar no Estado
Dupla Jorge e Mateus divulgou lista de shows da última turnê antes da pausa na carreira e MS ficou de fora, para a decepção dos fãs
Com venda de quadrinhos, jogos e troca de figurinhas, evento reúne público geek em Campo Grande
Super-Feira da Banca Modular é especial de Natal, com opções para fãs de cultura nerd
Ong indígena afirma que morte de rezador em MS foi por intolerância religiosa
Crime aconteceu na Aldeia Pirakuá, em Bela Vista na quinta-feira (12)
Polícia Federal prende general Braga Netto durante operação neste sábado
Preso em operação foi vice do ex-presidente Jair Bolsonaro na chapa de 2022
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.