Construcampo teve 151 contratações com a Prefeitura de quando Simone Tebet era prefeita, e foi beneficiada com mais de 180 aditivos, inclusive durante o mandato de Márcia Moura. A ação popular também pede o bloqueio de bens da atual vice-governadora.

Uma Ação Popular foi proposta na Justiça questionando a legalidade do fato de que a empresa Construcampo Engenharia Ltda. ganhou 151 contratos com a Prefeitura de Três Lagoas. A ação também pede o bloqueio de bens da vice-governadora Simone Tebet (PMDB), que foi prefeita da cidade à época dos contratos.

“Se for considerado legal é ao menos imoral”, questiona um dos autores da ação, Carlos Renee de Oliveira Venâncio. Além disso, a mesma empresa teria sido beneficiada com 187 aditivos, pelos contratos que foram celebrados entre dezembro de 2006 a junho de 2013, época que também contempla o governo da prefeita Márcia Moura.

O processo, que foi registrado na última sexta-feira (13), questiona se houve irregularidades como direcionamento, superfaturamento e dano ao erário público. Os contratos teriam sido feitos para prestação de serviços de terraplanagem/aterro ou movimentação de terra, pavimentação asfaltica, recuperação de estradas vicinais e manutenção, conservação e limpeza da “Lagoa Maior”.

Segundo entrevista que Renee concedeu ao site Expressão MS, do total de contratos, 100 foram na modalidade Convite e 39 na modalidade Tomada de Preços. Somente em 2008 foram celebrados 34 contratos, no valor total de mais de R$ 6 milhões.

A Ação Popular, que também é assinada por Luiz Carlos Alonso e Valdecir Sanches, também solicita o bloqueio dos bens dos secretários municipais Walmir Arantes (Governo), Gilmar Meneguzzo (Finanças), dos assessores Hélio Mangialardo (Recursos Humanos), Sidinete de Melo (Licitação) dos sócios-proprietários da empresa Construcampo, José Saldanha Neto, Agnaldo Pierre dos Santos, Cinthia Batista e Hélio Pinheiro de Almeida. O valor da ação é de R$ 38.818.006,27.

O outro lado

Segundo a vice-governadora Simone Tebet quando as eleições estão se aproximando, os concorrentes políticos tentam achar irregularidades.

“Eles são concorrentes e vão utilizar subterfúgios para tentar se sobressair, mas não há nada irregular. São R$ 38 milhões em obras realizadas e entregues à comunidade. Os aditivos são normais pelas necessidades das obras. Não há nada de errado”, afirmou Simone ao Midiamax.

Carlos Renee de Oliveira Venâncio é suplente pelo PSB. Nas eleições de 2012 ele tentou o cargo de vereador em Três Lagoas e angariou 562 votos. Luiz Carlos Alonso é presidente do diretório do PSB em Três Lagoas e Valdecir Sanches foi diretor da escola Afonso Pena e membro do Conselho da Comunidade.

O Midiamax também entrou em contato com a empresa Construcampo ontem pela manhã e até agora não recebeu retorno de nenhum dos três diretores para comentar sobre a matéria.

A prefeita Márcia Moura também foi procurada, mas não retornou nossas ligações em seu celular e sua secretária disse que ela não estaria no gabinete no momento, mas que retornaria a ligação para que a reportagem publique sua versão dos fatos.