Suspeita de corrupção no TJ-MS é destaque no noticiário nacional
Ary Rigo, deputado não reeleito, disse em vídeo que destinava uma verba “para os desembargadores e para o TJ”, em troca de proteção a aliados; CNJ apura o caso
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Ary Rigo, deputado não reeleito, disse em vídeo que destinava uma verba “para os desembargadores e para o TJ”, em troca de proteção a aliados; CNJ apura o caso
A declaração do primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, exibida no youtube, maior rede de compartilhamento de vídeo, ainda alimenta o noticiário nacional.
Mostrado durante a campanha eleitoral, o parlamentar, dono de seis mandatos e que não se reelegeu desta vez, disse no vídeo, sem saber que era gravado, que parte do dinheiro do Poder Legislativo sul-mato-grossense era trocado por favores.
Em suas falas ele implicou no caso o governador reeleito André Puccinelli, do PMDB, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público Estadual.
Puccinelli, segundo Rigo, teria recebido R$ 2 milhões. O governador negou e disse que ia interpelar o deputado, mas a questão parou por ai.
A corregedoria da AL-MS prometeu apurar o caso, mas até agora, o parlamentar ainda não foi nem sequer ouvido.
Onze dos 30 desembargadores do TJ-MS interpelaram o deputado, segundo a assessoria de imprensa da corte. A Procuradoria de Justiça também acionou o parlamentar judicialmente. Os casos correm em segredo de Justiça.
Ainda de acordo com a gravação, cada deputado estadual recebia em torno de R$ 120 mi mensais. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que fiscaliza o Judiciário brasileiro anunciou ontem, conforme reportagem publicado no Midiamax, que apura o caso.
Eis a reportagem acerca do assunto, publicada nesta quinta-feira na Folha de S. Paulo.
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão de controle do Judiciário, solicitou aos tribunais de Justiça do Amapá e de Mato Grosso do Sul que esclareçam recentes suspeitas de corrupção. No caso do Amapá, ao menos três desembargadores são citados no inquérito da Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, que há quase um mês prendeu 18 pessoas, entre elas o governador do Estado, um ex-governador e secretários estaduais. Conforme a Folha revelou, os citados são os magistrados Edinardo Souza, Gilberto Pinheiro e Dôglas Evangelista, presidente do TJ.
Souza, indicam as interceptações telefônicas, manteve contato com membros da suposta quadrilha, suspeita de desviar até R$ 300 milhões públicos. Meses depois, deu uma decisão favorável ao grupo.
Pinheiro, segundo o inquérito dos policiais federais, teve contas de uma mulher ligada a ele pagas pela Secretaria da Saúde, um dos núcleos do suposto esquema de corrupção. Evangelista teve um “serviço” feito por um homem ligado a um suposto testa de ferro de outro suspeito.
Em nota, o TJ-AP refutou as suspeitas relativas a Evangelista e disse que os serviços foram regulares. Sobre a mulher ligada a Pinheiro, afirmou ser uma irmã dele. A mesma nota disse que “todos os desembargadores trabalham com honestidade e honradez”.
DOURADOS
Em Mato Grosso do Sul, o CNJ avalia o teor de um vídeo em que o deputado estadual Ary Rigo (PSDB), primeiro-secretário da Assembleia, menciona supostos pagamentos “para os desembargadores e para o TJ”, em troca de proteção a aliados.
Na gravação, Rigo relata contato com um desembargador para impedir que fosse decretada a prisão do prefeito de Dourados (MS), Ari Artuzi (sem partido), suspeito de integrar um suposto esquema de corrupção.
“Nós tiramos ele da cadeia! Pô, para com isso! Você dá R$ 300 mil por mês para o Ministério Público, seguramos tudo”, disse o deputado. Em nota, o deputado disse que se referia a repasses legais do Executivo ao Judiciário e ao Ministério Público.
À ocasião, o TJ-MS publicou nota afirmando que iria interpelar judicialmente o deputado “para que a verdade seja esclarecida com transparência e rapidez”. Ontem, a assessoria do TJ disse que o pedido de informações foi respondido e encaminhado ao CNJ na sexta-feira passada. O tribunal do Amapá não se manifestou até a conclusão desta edição.
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