Evento pré-eleitoral anunciado com pompa em causa reação negativa de prefeitos do interior de Mato Grosso do Sul, que teriam considerado o convite verdadeiro ‘ultimato’.

“Já começaram com o pé esquerdo, porque no interior a coisa é diferente. Esse tom de imposição é tiro que vai sair pela culatra”, avisa veterano político.

No entanto, apesar da revolta, ele explica que participará porque está muito cedo para acirrar os ânimos. E garante que é a mesma situação de muitos colegas dos executivos municipais sul-mato-grossenses.

“A gente se submete porque não podemos deixar a torneira secar nas nossas prefeituras. Temos um monte de problemas para resolver e nossa população não pode sair prejudicada. Mas, isso aí é figuração que na hora do pega-pra-capar não representa nada”, explica.

Outro político experiente confirma que o tom da conversa com pretensos aliados do interior tem sido pouco amigável e que realmente pode provocar reação contrária à esperada.

“Já vi isso em outras eleições. Essa pressão toda cria um clima ruim para gente. Parece que estamos encabrestados. As coisas não funcionam assim”, diz.

Evento pré-eleitoral para convencer quem?

Até correligionários dos organizadores por trás do evento pré-eleitoral em Campo Grande temem o efeito negativo e questionam a motivação para tamanha pirotecnia: “Até agora ninguém explicou porque esse carnaval todo tão fora de hora”, pontua.

Segundo análise dos mais experientes, motivação para o tal evento pré-eleitoral em momento inadequado, entre dois feriadões, pode ser a necessidade urgente de reafirmar internamente projeto eleitoral.

“Quem tem apoio, não precisa ficar reafirmando, não precisa ficar forçando os outros a aparecer na foto. Isso aí pega muito mal, porque os prefeitos do interior não são parte de um curral eleitoral. Isso pode sim dar muito errado e afastar muita gente que estava até pensando em embarcar”, analisa ex-parlamentar do grupo.

Ele ainda revela que já recebeu ligações de inúmeros prefeitos reclamando, pois a prematura acaba dificultando eventual apoio para as eleições de 2022.

“Os caras não gostam disso. No interior de MS não funciona campanha eleitoral na base dessas táticas de coach… Um prefeito sofre pressão de todos os lados por apoio, e sabe que não pode deixar a torneira secar. Então, realmente fica uma situação de ultimato que faz muito mal para o projeto. Expor eles tão cedo assim é um erro infantil”, conclui.

Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), abuso do poder econômico durante uma disputa eleitoral se configura com o uso excessivo, antes ou durante a campanha, de recursos materiais ou humanos que representem valor econômico, para beneficiar candidato, partido ou coligação.

Assim, constranger pessoas a participarem de evento pré-eleitoral em troca de favor econômico, mesmo que sob pressão tácita, e para uma instituição que não o próprio pressionado, seria um caso de abuso, segundo análise de advogado que já atuou como juiz eleitoral em MS.

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