Um dos 17 réus da operação All In, deflagrada pela Polícia Federal em maio de 2017 para desmantelar quadrilha de tráfico de drogas entre o Brasil e a Bolívia, teve a prisão preventiva revogada e deverá cumprir medidas cautelares. A defesa alega que o réu é toxicomaníaco, compulsivo por furtos, além do excesso de prazo e que ele deve vir a ser isento de pena. A decisão foi publicada no Diário do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) desta quinta-feira (8).

Membro da quadrilha de Gerson Palermo, o réu era chamado de ‘Estelio', corruptela de estelionatário, por seu comportamento. Na ação, a defesa alega que ele tem compulsão por furto e é ‘incapaz de conter-se', justamente e, função da toxicomania.

O MPF (Ministério Público Federal) opinou pela revogação da prisão, mediante uso de tornozeleira. Em decisão, o juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira alega que a instrução processual já se encerrou e que mesmo em caso de condenação pelas três lavagens de dinheiro, crime pelo qual o réu responde, a soma das penas permitirá progressão para um regime mais benéfico e manter a prisão preventiva seria desproporcional.

No entanto, o réu não tem endereço atualizado e deverá apresentar previamente o comprovante de endereço atualizado, além de comparecer quinzenalmente ao juízo da residência para justificar suas atividades. O réu também está proibido de mudar de residência sem prévia permissão da Justiça e de ausentar-se por mais de 7 dias.

Operação All In

Os réus respondem criminalmente por tráfico internacional, associação para o tráfico e após a operação, deflagrada em maio de 2017, combater o tráfico internacional de droga entre o Brasil e a Bolívia.

Segundo as investigações, a quadrilha realizava o transporte aéreo de entorpecentes da Bolívia até o interior do Paraná, por meio de aeródromo em Corumbá. As drogas seguiam, então, de caminhão para estados do sul e sudeste do país, onde eram distribuídas. Em duas apreensões feitas pela Polícia Federal, mais de 810 quilos de cocaína foram encontrados com os criminosos.

Para lavar o dinheiro oriundo do tráfico, a organização criminosa utilizava nomes de “laranjas” ou “testas de ferro” para movimentar contas bancárias e transferir a posse dos veículos utilizados no transporte das drogas. Caminhões, carretas, carros de passeio, moto e até aeronaves foram registradas em nome de terceiros para ocultar o lucro das drogas. De acordo com as investigações, ao menos 21 vezes, de abril de 2016 a março de 2017, dinheiro oriundo do tráfico foi lavado pela quadrilha.