MPF pede condenação de advogada presa com US$ 390 mil do tráfico
Foi detida em ônibus na rodoviária da Capital
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Foi detida em ônibus na rodoviária da Capital
O MPF (Ministério Público Federal) em Mato Grosso do Sul pediu condenação de uma advogada detida com US$ 390 mil, que seriam derivados do tráfico internacional de drogas, sem ter comunicado à repartição competente. O caso aconteceu em abril de 2015 e ela foi presa na rodoviária de Campo Grande.
À época a advogada teria alegado que parte do dinheiro seria pagamento de honorários advocatícios.
De acordo com o MPF, a alegação é que a circunstância do crime aliado à profissão da autora mais as explicações dadas em juízo influenciam negativamente na aplicação da pena. “A ré, advogada especializada em matéria criminal, sabia muito bem que sua conduta criminosa constitui violação aos deveres profissionais e, mesmo assim, levou adiante seu intento criminoso em busca de vantagem econômica. Não se preocupou em manter o prestígio de toda uma classe dos advogados”.
O fato da advogada ter sido presa antes de chegar ao destino onde seria entregue o dinheiro não permitiu que fossem enquadrados os crimes de evasão de divisas e lavagem de capitais. “Conclui-se que as condutas são ilícitas; também são culpáveis porque sua autora, ao tempo do fato, era imputável e detinha potencial consciência da ilicitude do fato, bem como lhe era exigível comportamento diverso do que realizou”, complementou o ministério.
Entenda o caso
A advogada foi presa pela Polícia Federal na rodoviária de Campo Grande, na manhã de 2 de abril de 2015, após desembarcar de um ônibus que vinha de São Paulo, São Paulo. Ela carregava uma mala com a quantia de US$ 390 mil com destino à cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul, onde faria a transposição da fronteira e entraria na Bolívia, deixando o montante a salvo das autoridades brasileiras e fora do circuito de rastreamento direto de informações do sistema bancário nacional.
Consta nos autos que a advogada havia sido contratada para defender Joseph Perez, que respondia ação penal por tráfico de drogas, e que uma terceira pessoa identificada apenas como “Kalil” foi ao escritório da denunciada e lhe entregou a mala com o dinheiro, pedindo que levasse até Corumbá, onde Joseph a esperaria para pegar a quantia.
Com a denunciada foram encontradas, além da mala com o dinheiro e de bilhetes de transporte, nove folhas de papel A4 com diversas anotações feitas à mão sobre o processo criminal ao qual as pessoas que a contataram respondiam. A denunciada, em suas declarações, admitiu ser a autora dos manuscritos. Os nomes presentes nas folhas de papel A4 pertencem a membros de uma organização criminal envolvida em tráfico internacional de cocaína.
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