A ministra da Justiça da Ucrânia, Olena Loukach, ameaçou hoje (27) pedir a instauração do estado de emergência se os manifestantes que ocuparam o ministério, no centro de Kiev, a capital, não abandonarem o edifício. A sede do ministério foi ocupada nesse domingo (26) à noite por ativistas, que fizeram uma barricada com sacos de neve e de lixo.

Olena Loukach, que participa das negociações entre a oposição e o presidente ucraniano, Viktor Ianoukovich, informou que vai pedir a interrupção das negociações se os manifestantes não desocuparem a sede do ministério. “Eu vou ter de pedir ao presidente que pare a discussão se o edifício não for desocupado e se não for dada uma oportunidade aos negociadores de encontrar uma solução pacífica para o conflito”. Ela disse ainda que iria pedir ao Conselho de Segurança Nacional “para discutir o estabelecimento do estado de emergência”.

De acordo com notícias publicadas na imprensa, o Ministério da Justiça foi ocupado por ativistas da organização Causa Comum. O líder da organização, Alexandr Daniliuk, assegurou que vai manter o controle sobre o prédio, mas permitirá a alguns funcionários ir para os seus gabinetes.

A Causa Comum é uma organização pouco conhecida, que defende o fortalecimento do controle dos cidadãos sobre a gestão governamental.

Ontem, milhares de pessoas, incluindo líderes da oposição ucraniana, assistiram às cerimônias fúnebres de um jovem, morto na semana passada em Kiev, durante os confrontos violentos entre manifestantes e a polícia.

Nos últimos dias, a violência voltou à capital ucraniana e a outras cidades do país. Houve ocupação de edifícios oficiais, durante os protestos para exigir a demissão de Víktor Ianukóvich. A oposição mobilizou-se depois de o presidente ter recusado, no final de novembro, assinar um acordo de parceria com a União Europeia, preferindo uma aproximação com a Rússia.

No sábado (25), o presidente ofereceu o cargo de primeiro-ministro ao opositor Arseni Iatseniuk e prometeu analisar alterações à Constituição. A oposição recusou as propostas e seus dirigentes disseram aos manifestantes que pretendem continuar os protestos até que todas as exigências sejam satisfeitas, a começar pela convocação de eleições presidenciais este ano.