Ministério da Justiça notifica empresas suspeitas de acrescentar ureia e formol ao leite

A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça notificou nesta quarta-feira (8) as empresas Italac, Mumu, Líder e Latvida para prestarem esclarecimentos sobre as denúncias da Operação Leite Compensado, do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), que identificou o acréscimo de formol e substância semelhante à ureia no leite. Segundo comunicado oficial […]

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A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça notificou nesta quarta-feira (8) as empresas Italac, Mumu, Líder e Latvida para prestarem esclarecimentos sobre as denúncias da Operação Leite Compensado, do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), que identificou o acréscimo de formol e substância semelhante à ureia no leite.

Segundo comunicado oficial do MP-RS, a fraude era feita por “atravessadores” no processo de transporte do leite cru, antes do envasamento.

O Ministério da Justiça informou que as empresas têm prazo de 10 dias –a partir do recebimento da notificação– para apresentar a documentação técnica e laboratorial pertinentes ou para fazer o recall dos produtos com problemas.

Segundo o Código de Defesa do Consumidor, é dever do fornecedor trocar o produto que cause risco ao consumidor a qualquer momento e de forma gratuita. Caso o consumidor encontre dificuldades para trocar o produto, a recomendação é procurar um dos órgãos de proteção e defesa do consumidor.

100 milhões de litros

O MP informou estimar que os 100 milhões de litros de leite comercializados em 12 meses pelas três empresas atravessadoras –que compram leite dos produtores e revendem à indústrias– nas cidades de Ibirubá, Guaporé e Horizontina tenham sido adulterados.

Os lotes de leite destacados pelas autoridades como sendo adulterados somam 1, 5 milhão de litros de leite. Ou seja, grande parte do material com ureia revendido ainda precisa ser identificado. Dessa maneira, é preciso ficar atento à listagem feita pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Para o promotor Mauro Rochemback, as indústrias que compraram esse produto para comercializá-lo também têm responsabilidade, apesar de os investigadores não terem encontrado participação das empresas na ilegalidade

“Como faz cerca de 30 anos que não existia indício de adição de ureia no leite, as indústrias podem ter relaxado no controle de qualidade”, diz. Para ele, as companhias devem explicação sobre a falha no controle de qualidade do produto comprado.

Além do leite, derivados também podem apresentar formol. Entretanto, isso ainda não foi investigado pelo MP, que se deteve nesse primeiro momento ao leite UHT, devido à quantidade de laboratórios disponíveis no RS.

De acordo com Bastos, na pasteurização do leite os elementos irregulares desaparecem ao longo do processo, enquanto o formol pode permanecer no líquido e até em qualquer um de seus derivados.

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