O ministro Ricardo Lewandowski, relator do inquérito que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com o ex-senador Demóstenes Torres no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira que o processo seja remetido ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

A decisão de Lewandowski atende a pedido da Procuradoria-Geral da República. Segundo o Ministério Público, a cassação do mandato de Demóstenes, no mês passado, tem como consequência a perda do foro privilegiado. Como o ex-senador é procurador de Justiça de Goiás, qualquer processo relacionado a ele precisa ser analisado pela segunda instância, não mais pelo Supremo.

Segundo despacho do ministro Lewandowski, o Ministério Público chegou à conclusão de que os supostos crimes praticados por Demóstenes e Cachoeira não se restringem ao Estado de Goiás e, por isso, devem ser analisados pela Justiça Federal. O inquérito tramitava no STF desde março deste ano.

Com a decisão do ministro, Demóstenes deverá ser julgado pelo desembargador Tourinho Neto, o mesmo que já concedeu liberdade a Cachoeira em processo relativo a Operação Monte Carlo. O bicheiro, no entanto, foi mantido no presídio da Papuda, em Brasília, após decisão do Superior Tribunal de Justiça, que derrubou o habeas corpus concedido pelo desembargador.

O plenário do Senado aprovou no dia 11 de julho, por 56 votos a 19 (com cinco abstenções), a cassação de Demóstenes Torres. Com isso, ele se tornou o segundo senador a perder o mandato na história do Brasil.