Um estudante de São Paulo que fez a última edição do Exame Nacional do Ensino Médio () conseguiu na Justiça a revisão da nota da redação, que passou de 0 para 880 pontos. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), é a primeira vez que um candidato consegue a revisão da nota desde a adoção do novo modelo do exame, em 2009.

O MEC informou, por meio de sua assessoria, que todas as redações do Enem são corrigidas por dois examinadores e, quando há divergência maior do que 300 pontos (em uma escala que vai de zero a mil), um terceiro técnico faz a revisão, atribuindo a nota final. No caso do estudante de São Paulo, a avaliação final decidiu pela anulação da prova.

Como o jovem garantiu na Justiça o direito à revisão, uma banca extraordinária composta pelo consórcio responsável pela aplicação foi acionada para analisar o texto, atribuindo a nova nota. A decisão final, que estipulou a nota de 880 foi tomada há duas semanas, segundo o MEC.

O órgão não comentou a diferença na pontuação do candidato após a decisão judicial, mas afirmou que o processo de correção das provas do Enem “funciona muito bem” a partir da avaliação de dois corretos e de mais um terceiro em caso de discordâncias. A assessoria do MEC ainda disse não acreditar que esse caso possa abrir precedência para outros candidatos que queiram que a nota seja revista.

Segundo o MEC, o caso do jovem, que estuda na Lourenço Castanho, é único. Em 2010, foram feitos 28 pedidos de revisão da nota na Justiça, mas todos foram negados. Já este ano foram 16 pedidos, é até o momento apenas este foi revisto.