Sem resposta por parte da distribuidora BR sobre o problema da falta de combustível, donos de postos de Mato Grosso do Sul estão sendo orientados, pela Sinpetro/MS (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis), a buscar na Justiça uma explicação formal sobre o que realmente está acontecendo.

”É direito dos empresários ter uma resposta da Petrobrás por conta da quebra de contrato. E o setor jurídico do sindicato orienta que pode ser feito uma ação civil individual, já que o prejuízo atinge não só o abastecimento, mas toda os serviços do posto que não estão sendo oferecidos ao cliente”, afirma o empresário e diretor da Sinpetro/MS, Alfredo Barros.

Segundo Barros, quando um cliente não comparece ao posto, ele também deixa de trocar o óleo, utilizar os serviços da borracharia e comprar algo na conveniência, por exemplo. “Com isso o prejuízo se estende a todos os segmentos”, avalia Barros.

Proprietário de um posto localizado na avenida Manoel da Costa Lima, Barros conta que iniciou a semana ‘na torcida’ para a resolução do problema. “Ontem recebi cinco mil litros de gasolina e mais cinco de diesel. Já o etanol não recebi e estou vendendo o estoque que ainda possuo. Vivendo a conta gotas, o pior é que a empresa não fala nada ao certo e nem tem como fazer um planejamento”, afirma o empresário.

Ontem, após uma reunião de representantes da Petrobrás com o sindicato, eles disseram que seria feito um esclarecimento formal nesta terça-feira. “Eles falaram novamente de um problema de logística, da estrada de ferro e culparam até o governo. Como ficou algo muito vago, pedimos mais uma vez uma resposta formal e eles disseram que, caso a central no Rio de Janeiro autorizasse, hoje receberíamos uma resposta”, conta Barros.

Preocupado com o andamento do racionamento de combustível, Barros acredita a distribuição será resolvida na próxima semana. “Eles sabiam que a demanda iria aumentar e que a entrega seria restringida, principalmente por conta da greve dos caminhoneiros. E com isso tudo acontecendo ainda tem gente que acha que o Sindicato não faz nada e que Campo Grande está tendo prioridade no recebimento da carga”, argumenta Barros.

Ao menos 230 postos em MS estão sem combustível, diz sindicato.

Ontem, após um levantamento, o sindicato afirmou que ao menos 230 postos que comercializam gasolina e diesel da Petrobras sofrem com a falta de combustíveis em Mato Grosso do Sul. O problema teve início da semana passada porque a distribuidora racionou a venda.