Coligação de Giroto desrespeita Justiça e reproduz reportagens sobre vídeo falso

Candidato exibiu imagens da gravação, considerada falsa pela perícia, na televisão, e distribuiu informativo com reportagens sobre o tema, mesmo após proibição do juiz Alexandre Corrêa Leite

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Candidato exibiu imagens da gravação, considerada falsa pela perícia, na televisão, e distribuiu informativo com reportagens sobre o tema, mesmo após proibição do juiz Alexandre Corrêa Leite

A coligação “Mais Trabalho por Campo Grande”, do deputado federal Edson Giroto (PMDB), desrespeitou, nesta quarta-feira (24), decisão do juiz da 53ª zona eleitoral, Alexandre Corrêa Leite, e reproduziu tanto no horário eleitoral gratuito quanto em informativo impresso vídeo e reportagens contra o candidato Alcides Bernal (PP).

O vídeo divulgado, considerado falso e uma montagem por dois institutos de perícia, foi manchete, na terça-feira (23), dos jornais Correio do Estado e do Estado de Mato Grosso do Sul.

Diante da certeza de a gravação ser falsa e munida de laudo pericial, a coligação “A Força da Gente”, comandada por Bernal, acionou a Justiça, no final da tarde de ontem para proibir a exploração do vídeo e das reportagens sobre ele publicadas no horário eleitoral gratuito na rádio e na televisão.

Por volta das 20h de terça-feira, Alexandre Corrêa Leite acolheu o pedido de liminar. “Como se nota em laudo que instrui a inicial, elaborado por conceituado Instituto de Perícias, o vídeo possui claros indícios de edição maliciosa, com descompasso entre áudio e vídeo, inclusão de imagens e falas não originais, tudo no sentido de comprometer o representante”, justificou o juiz.

“Por meio de fax, o representante da coligação, Fábio Castro Leandro, foi comunicado da decisão ontem à noite”, informou o advogado de Bernal, Lênio Ben Hur. Nesta quarta-feira, no entanto, nas inserções na rádio e na TV da coligação de Giroto, o vídeo falso foi tema de ataques contra o adversário. Depois de exibir parte da gravação e de compará-la com outros fatos registrados em Mato Grosso do Sul, o apresentador indagava “essa é a Campo Grande que você quer?”.

Diante de denúncias sobre o desrespeito à ordem judicial, foi estendida a liminar a seis emissoras de televisão e as rádios para dar fim à divulgação do vídeo montado. Somente depois das 15h, as emissoras foram notificadas.

“O fato é que a coligação estava ciente da decisão desde ontem à noite e deveria ter procurado as emissoras para substituir o conteúdo das inserções, mas não acolheu ordem judicial”, reforçou Ben Hur.

Informativo com reportagens sobre o vídeo

Ainda hoje, informativo da coligação “Mais Trabalho por Campo Grande”, com reportagens do Correio do Estado e do Estado de Mato Grosso do Sul, foi distribuído em pontos estratégicos de Campo Grande, como na Avenida Afonso Pena, esquina com Duque de Caxias. O informativo anuncia a tiragem de cinco mil exemplares.

Advogado da coligação “A Força da Gente”, Rafael Antonio Scaini entende que a distribuição do informativo também desrespeitou decisão judicial. “Como no horário gratuito na televisão e na rádio, o jornal é uma propaganda eleitoral”, explicou. “E da mesma forma, trata de propaganda negativa contra Bernal, e não propositiva a Giroto, o que a legislação eleitoral veda”, completou.

Prisão e cassação de candidaturas

Diante do descumprimento de decisão judicial, Bernal, acompanhado de seus advogados, protocolou, no final da noite desta quarta-feira, na 53ª zona eleitoral, pedido de prisão do representante da coligação por descumprimento de ordem judicial.

Na mesma ocasião, o candidato foi à 36ª zona eleitoral pedir a cassação do registro das candidaturas de Giroto e do seu vice, Dagoberto Nogueira (PDT), por abuso de poder econômico ao distribuir informativo com tiragem de cinco mil exemplares.

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