Traficante preso pela PF é solto mesmo com ordem contrária da Justiça Federal

O trâmite que seria legal, na verdade está causando tensão, pois a Justiça Federal havia orientando que ele não fosse solto, já que existia um outro mandado de prisão, por outro crime, além do tráfico de drogas que o mantinha preso

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O trâmite que seria legal, na verdade está causando tensão, pois a Justiça Federal havia orientando que ele não fosse solto, já que existia um outro mandado de prisão, por outro crime, além do tráfico de drogas que o mantinha preso

Foi expedido um alvará de soltura no dia 14 de setembro em favor de Jorge Luiz da Silva, o Bolão, que estava detido no Instituto Penal de Campo Grande. O trâmite que seria legal, na verdade está causando tensão, pois a Justiça Federal havia orientado que ele não fosse solto, já que existia um outro mandado de prisão, por outro crime, além do tráfico de drogas que o mantinha preso.

A Justiça Federal expediu um mandado de prisão no dia 24 de agosto deste ano, portanto 20 dias antes do alvará de soltura expedido pelo juiz de direito da vara Criminal de Aquidauana, Giuliano Máximo Martins, no dia 14 de setembro. No dia seguinte Bolão foi solto.

Bolão foi preso pela Polícia Federal durante uma operação contra o tráfico de drogas no mês de abril deste ano, em Aquidauana. Depois da prisão de seus comparsas no interior do Estado, foi dada ordem para prendê-lo em Campo Grande, pois ele foi apontado como o “cabeça” do grupo.

Embora a segurança Pública de Mato Grosso do Sul tenha sido informada de que não deveria soltar Bolão, o traficante ganhou liberdade e, desde então, a informação é de que ele estaria em país vizinho, muito provavelmente a Bolívia.

A assessoria de imprensa da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou que foi aberta sindicância para apurar as circunstâncias do fato. Não foi revelado, no entanto, se houve descuido ou negligência por parte de quem fez cumprir o alvará de soltura, então já sem efeito.

A prisão

A Polícia Federal montou um esquema de investigação que culminou em operação contra o tráfico de drogas, no dia 14 de abril deste ano, na cidade de Aquidauana, onde foram presas quatro pessoas, recolhidos dois veículos utilitários e apreendidos 312 kg de cocaína.

Por dois meses, policiais federais investigaram as transações criminosas de Bolão e descobriram que ele e seu grupo estavam prestes a trazer para Campo Grande um carregamento de cocaína, que estava escondido na carroceria de uma caminhonete, em uma garagem nas proximidades da Estação Ferroviária de Aquidauana.

O primeiro integrante do grupo a ser preso foi Moraci Pereira Brandão, de 35 anos. Ele é pai da adolescente Jéssica Brandão, que morreu em abril do ano passado, aos 17 anos, por overdose de cocaína, na casa da família. Depois, os policiais prenderam Marcos Roberto Pereira. Eles foram detidos no momento em que transferiam fardos da droga de um veículo para outro.

Com as prisões de Moraci e Marcos Roberto em Aquidauana, os policiais federais prenderam em Campo Grande Bolão e sua esposa. Ele já havia sido preso em 2003, também pela Polícia Federal, pelo mesmo motivo.

Moraci também ganhou alvará de soltura expedido pelo juiz de Aquidauana, Giuliano Máximo Martins, no mesmo dia que Bolão, 14 de setembro.

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