Os doze novos juízes substitutos empossados na última quarta-feira (22) pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul concorreram com mais de 2000 candidatos em um concurso que oferecia 23 vagas. Ao final da disputa, apenas 15 foram aprovados e 12 tomaram posse.

O XXIX Concurso para o cargo de Juiz Substituto de Mato Grosso do Sul, teve no total 2.130 inscritos. Foram 92,6 candidatos por cada uma das 23 vagas disponíveis e, segundo informações do TJMS, o número reduzido de empossandos mostra o nível de conhecimento dos novos juízes.

Dos 2.130 inscritos, apenas 338 foram aprovados na prova objetiva. Na fase da Prova Discursiva I, somente 137 continuaram na disputa. Na Prova Discursiva II, 120 foram reprovados e um não compareceu, restando 16. Ao final de todas as fases, 15 foram aprovados na prova oral e 12 tomam posse.

Para a posse, os três plenários do TJMS ficaram lotados de autoridades, familiares e amigos.

Foram empossados Alexandre Mura Iura,  André Luiz Monteiro,  Daniel Scaramella Moreira,  Deyvis Ecco,  Juliano Duailibi Baungart, Kelly Gaspar Duarte Neves,  Luciano Pedro Beladelli,  Luiza Vieira Sá de Figueiredo,  Marcel Goulart Vieira, Mariana Rezende Ferreira Yoshida,  Pedro Henrique Freitas de Paula e Raul Ignatius Nogueira.

Citando o revolucionário francês Jacques Thouret, o procurador-geral adjunto, Humberto de Matos Brittes, lembrou que o poder conferido aos 12 novos juízes é amplo. “Não existe poder que aja mais diretamente e habitualmente sobre os cidadãos do que o poder judiciário. O material de trabalho que se lhes entrega é o homem… em todas as suas nuances. Vocês serão juízes da liberdade, da cidadania, da honra, da família, da moradia, do trabalho, do patrimônio, enfim, de todos os conflitos que envolvem o ser humano”, concluiu.

Em nome do Poder Judiciário, falou o desembargador Hildebrando Coelho Neto, vice-presidente do TJMS. Com um discurso repleto de citações, ele ponderou sobre as novas responsabilidades dos juízes e lembrou as palavras do reconhecido Piero Calamandrei.

“O bom juiz põe o mesmo escrúpulo no julgamento de todas as causas, por mais humildes que sejam, por saber que não há grandes e pequenas causas, visto a injustiça não ser como aqueles venenos a respeito dos quais certa medicina afirma que, tomados em grandes doses, matam, mas tomados em doses pequenas, curam. A injustiça envenena, mesmo em doses homeopáticas”, citou.

Preocupado com a forma justa de se distribuir justiça, o desembargador finalizou sua fala: “Feliz o magistrado que, até ao dia que precede o limite de idade, sente, ao julgar, aquela consternação quase religiosa, que o fez tremer, cinquenta anos atrás, quando juiz de terceira teve de dar a sua primeira sentença”.

Pelos novos juízes falou Mariana Rezende Ferreira Yoshida, em um discurso simples e carregado de emoção. Ela apontou qual sentimento assolava os que ingressaram na magistratura de MS. “Aguerridos para lidar com todas as limitações que naturalmente surgirão na ânsia de praticar o justo. E destemidos para distribuir a justiça de forma verdadeiramente isonômica e democrática, isenta de pressões políticas, sociais e econômicas, muito comuns em nosso país”.

Em poucas palavras, ela apontou qual será a postura dos novos intregrantes da magistratura de MS: “Somos seres humanos e, portanto, passíveis de errar, mas nos esforçaremos ao máximo para que a justiça sul-mato-grossense continue de cabeça erguida e resolva, de maneira célere e equânime, as demandas desse povo fascinante, cuja miscigenação étnica e cultural é a principal característica”. (Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-MS)