A secretária de Justiça do estado, Eloisa de Souza Arruda, afirmou que São Paulo é o principal ponto da rede de tráfico de pessoas e prostituição que existe no Brasil. “São Paulo tem sido o principal ponto e os motivos são muitos. Um deles é o valor de um programa aqui, que é maior do que em outros estados da federação”, comparou. As declarações da secretária foram dadas após a prisão em flagrante de um travesti neste sábado (19), suspeito de manter outros travestis em cárcere privado.
O suspeito tem como “nome de guerra” Andreza. Segundo a polícia, Andreza aliciava jovens travestis que vinham de estados do Norte e do Nordeste do Brasil para se prostituir na capital paulista.
O advogado de Andreza, Alex Kaecke, nega que a cliente tenha forçado os travestis a se prostituir. “Em juízo, eu vou apurar, vou fazer a colheita do que foi produzido aqui, e a gente vai ter a linha de raciocínio para fazer a defesa dela”, afirmou o advogado.
O grupo estava em um apartamento na Rua Guaianases, na região central de São Paulo. A polícia foi até o local depois que um dos travestis pediu socorro à família em Fortaleza. A mãe dele entrou em contato com a polícia do Ceará, que comunicou a polícia de São Paulo.
Segundo o delegado Joaquim Dias Alves, as vítimas são enganadas com falsas promessas. “São trazidos para São Paulo, iludidos com a promessa de vida muito boa e ganhos. Ele acaba ficando refém dessa organização. É uma conta que ele não consegue pagar nunca.”
O suspeito deverá ser indiciado por cárcere privado, exploração da prostituição e tráfico interno de pessoas para fins de prostituição.
