Haddad chama de ‘injustiça crassa’ críticas a livro didático do MEC

O ministro da Educação, Fernando Haddad, classificou de “injustiça crassa” as críticas realizadas por diferentes setores da sociedade a um livro didático distribuído pelo governo nas escolas que permitiria erros de concordância. Durante reunião na Comissão de Educação do Senado na manhã desta terça-feira (31), ele voltou a afirmar que a maioria das pessoas que […]

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O ministro da Educação, Fernando Haddad, classificou de “injustiça crassa” as críticas realizadas por diferentes setores da sociedade a um livro didático distribuído pelo governo nas escolas que permitiria erros de concordância. Durante reunião na Comissão de Educação do Senado na manhã desta terça-feira (31), ele voltou a afirmar que a maioria das pessoas que atacaram o livro sequer tinham lido o objeto da polêmica.

“Acompanhei com muita atenção o debate em torno dessa questão na imprensa, saúdo o debate que foi feito, mas confesso que me assustei um pouco no início da discussão. E me assustei por uma razão muito simples: a maioria das pessoas que se manifestaram inicialmente declararam, posteriormente, que não haviam lido o livro objeto da polêmica”, afirmou Haddad.

O Ministério da Educação (MEC) distribuiu a 484.195 alunos de 4.236 escolas o livro “Por uma Vida Melhor”, que permitiria erros de concordância, pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA). Nele, os autores afirmam que o uso da língua popular – ainda que com seus erros gramaticais – é válido, permitindo frases como “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.

Para Haddad, o livro “não faz o que os críticos dizem que ele faz [acolhe erros de concordância]”. “O livro parte de uma realidade comum aos adultos que voltam à escola e traz o adulto para a norma culta por meio de exercícios que pede ao estudante que faça a tradução da linguagem popular para a norma culta.”

Adotando um tom de certo rancor em relação às críticas direcionadas ao MEC, Haddad criticou os intelectuais que apresentaram opiniões sobre a obra antes mesmo de conhecê-la: “Regra geral, o livro precisa ser lido para ser compreendido e eventualmente criticado.”

Haddad mencionou artigos de jornal, manifestações de educadores e entidades de ensino favoráveis ao livro.

Haddad acusou os críticos de “pinçarem” uma frase e “descontextualizarem” o debate: “Foi uma frase que foi pinçada e totalmente descontextualizada para denegrir. Recebemos dezenas de manifestações de especialistas, de professores, de ex-reitores e de associações dizendo que o que se fala sobre esse livro não corresponde à verdade.”

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