Após decisão da Justiça, sobrinho de Fernandinho Beira-Mar é solto no Rio

Um dos suspeitos de sequestrar um ônibus, na noite de terça-feira (9), na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio de Janeiro, foi soltou na manhã deste sábado (13), um dia após a Justiça decretar o seu relaxamento de prisão. As informações foram confirmadas pela Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap). Segundo a polícia, ele […]

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Um dos suspeitos de sequestrar um ônibus, na noite de terça-feira (9), na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio de Janeiro, foi soltou na manhã deste sábado (13), um dia após a Justiça decretar o seu relaxamento de prisão. As informações foram confirmadas pela Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap). Segundo a polícia, ele é sobrinho do traficante Fernandinho Beira-Mar.

De acordo com a Seap, ele estava preso no Presídio Ary Franco, em Água Santa, no subúrbio da cidade. Ele tinha sido preso quando recebia atendimento médico na noite do crime, num hospital, em Copacabana, na Zona Sul. Para a juíza Maria Elisa Peixoto Lubanco, além dele não ter sido preso em flagrante, “não há indícios suficientes de autoria”. O suspeito nega as acusações.

Na mesma decisão, a juíza Maria Elisa Peixoto Lubanco decretou a prisão preventiva de outros três suspeitos de participação no crime. Dois deles estão presos e um ainda está foragido.

Ainda segundo a juíza, os acusados devem continuar presos para a garantia da ordem pública: “Ademais, as circunstâncias de tais delitos, que foram praticados no interior de um coletivo onde várias pessoas voltavam do trabalho para seus lares, mediante concurso de pessoas, com emprego de armas e uma granada indicam que são muito perigosos, ressaltando que as vítimas esclareceram que os citados indiciados foram agressivos com os passageiros”, ressaltou.

Quanto ao suspeito que está foragido, de acordo com o TJ-RJ, a magistrada destaca que há indícios suficientes de autoria, pois foi reconhecido por um dos reféns.

No dia do crime, o ônibus que liga a Praça XV a Duque de Caxias foi cercado pela polícia na pista sentido Praça da Bandeira, na altura do Sambódromo. Segundo a polícia, quando o ônibus parou num ponto, os criminosos entraram e pagaram a passagem. Na tentativa de evitar a fuga dos assaltantes, os PMs atiraram nos pneus do ônibus.

No total cinco pessoas foram baleadas, três eram passageiros e estavam dentro do ônibus.

Dos quatro suspeitos, dois se entregaram e um deles carregava uma granada. Os outros dois saltaram do ônibus mais cedo. Um deles chegou a roubar um carro e fazer um casal refém. Ele foi ferido durante a fuga e preso em Copacabana, na Zona Sul. Um suspeito ainda está foragido.

Foram feitos pelos menos 21 disparos, diz perito

Após analisar as imagens feitas pela TV Globo do sequestro do ônibus, o perito em criminalística Mauro Ricart, afirmou, na quinta-feira (11), que foram feitos pelo menos 21 disparos durante a ação. Segundo ele, esse número pode ser maior.

Em depoimento, os dois policiais militares que assumiram a responsabilidade pelos disparos afirmaram que atiraram 15 vezes. Eles entregaram as armas e respondem por lesão corporal.

Além das armas dos policiais, a polícia apreendeu três pistolas, que estavam com os criminosos. Para o perito Mauro Ricart, as armas de todos os policiais que participaram da ação deveriam ser recolhidas.

Um cabo do 5º BPM (Praça da Harmonia) disse à polícia que fez quatro disparos em direção aos pneus traseiros do ônibus. Já um soldado, também do 5º BPM, revelou em depoimento que atirou 11 vezes na direção dos pneus.

Na manhã de quinta-feira, a delegada Sania Burlandi, da 6ª DP (Cidade Nova), descartou a possibilidade de algum tiro ter sido disparado de dentro do ônibus.

Um laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli apontou que foram feitos 14 disparos e todos foram feitos de fora para dentro do ônibus. A perícia mostrou, ainda, que há possibilidade do ônibus ter sido atingido por tiros de armas de calibres diferentes.

Na quarta-feira (10), o comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, admitiu que houve erro dos policiais que atiraram contra o ônibus, mas disse também que há indícios de que um dos disparos tenha sido feito por criminoso. “Nós sabemos que não podemos atirar, salvo em legítima defesa”, disse o comandante.

Feridos

O homem de 56 anos que foi atingido com tiro no pescoço quando passava, de carro, próximo ao local do sequestro, teve alta na tarde desta quinta-feira (11). Ele estava internado no Hospital Souza Aguiar. As informações são da Secretaria municipal de Saúde.

No mesmo hospital está uma mulher de 46 anos, que foi baleada no tórax. Ela segue em estado grave. Ela teve fratura de costela e contusão pulmonar. Ela foi operada e está no CTI.

De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, uma outra mulher, de 30 anos, ferida de raspão na coxa, também estava internada no Hospital Souza Aguiar, mas foi transferida na manhã desta sexta-feira para o Hospital de Clínicas da Penha, na Zona Norte. O hospital informou que não está autorizado a dar informação sobre a paciente.

O outro ferido é um policial militar, atingido na perna. Ele segue internado no hospital central da Polícia Militar, sem previsão de alta. A quinta vítima foi um homem, de 46 anos, baleado de raspão na perna, que teve alta na mesma noite do sequestro.

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