Solto pelo STJ, Arruda deixa PF acompanhado da mulher

O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), deixou na tarde desta segunda-feira a Superintendência da Policia Federal, onde estava preso desde o dia 11 de fevereiro, pela tentativa de suborno do jornalista Edson Sombra, testemunha do processo que investiga o esquema de corrupção no Distrito Federal. Hoje, por oito votos contra cinco, […]

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O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), deixou na tarde desta segunda-feira a Superintendência da Policia Federal, onde estava preso desde o dia 11 de fevereiro, pela tentativa de suborno do jornalista Edson Sombra, testemunha do processo que investiga o esquema de corrupção no Distrito Federal.

Hoje, por oito votos contra cinco, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) mandou soltar Arruda e mais cinco aliado. A maioria dos ministros seguiu o voto do relator do caso, ministro Fernando Gonçalves, que entendeu que com o fim da primeira fase da Operação Caixa de Pandora, que investiga o sistema de distribuição de propina, o ex-governador não oferece mais risco de influenciar o inquérito.

Com a cara fechada e a barba por fazer, Arruda saiu da PF acompanhado da mulher, Flávia. Na entrada da PF, manifestantes e correligionários do ex-governador bateram boca. Houve um princípio de tumulto. Os apoiadores de Arruda cercaram o carro onde ele estavam, começaram a rezar e tentaram impedir a imprensa de fotografá-lo.

Arruda já está em sua casa. Ele recebeu a visita do ex-chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, acusado de ser o operador do mensalão.

O irmão da mulher de Arruda, Fábio Peres, pediu aos jornalistas para que saissem da frente da casa do ex-governador. “Ele está bem e está em casa. Graças a Deus, acabou”, afirmou. A grade da casa foi protegida por panos.

Durante o julgamento de hoje, o ministro João Octávio Noronha destacou que Arruda não poderia ficar preso por causa da pressão da imprensa. “Vão transformar o próprio indiciado em prisioneiro da mídia. Até o clamor justifica o relaxamento”, disse.

O vice-presidente do STJ, Ari Pargendler, votou para que Arruda continue até o governo do DF prestar todas as informações pedida pela polícia. “A condição do indiciado já não ser mais governador não evidencia que ele não tem mais condições de influenciar nas informações prestadas pelo governo”, disse.

Com os desdobramentos do escândalo de corrupção, Arruda, que é acusado de chefiar o esquema, teve o mandato cassado no mês passado pela Justiça Eleitoral por desfiliação partidária. Na tentativa de sensibilizar os ministros do STJ e com um cenário indefinido na Justiça Eleitoral, Arruda não recorreu da decisão e acatou a perda do mandato.

Em parecer encaminhado hoje ao STJ, a subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirma que o Ministério Público Federal defende a continuidade da prisão de Arruda porque ainda não recebeu o relatório da Polícia Federal com os últimos depoimentos da primeira fase de investigação da Operação Caixa de Pandora, que investiga o mensalão do DEM.

Ao longo do período da custódia, a defesa tentou mostrar que o ex-governador teve seu estado de saúde agravado, apresentando sintomas de diabetes, pressão alta e depressão.

Arruda deixou a Polícia Federal quatro vezes para realizar exames e chegou a passar um dia inteiro em um hospital de Brasília após passar por um cateterismo que identificou uma obstrução de uma das artérias do coração. A ideia da defesa era convencer o relator do caso a conceder prisão domiciliar ou prisão hospitalar, o que não ocorreu.

 

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