A Justiça de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, decretou nesta sexta-feira (17) a prisão temporária do candidato a deputado federal pelo PSC Ney Santos. Com a decisão, Santos deve ficar preso por cinco dias.

Segundo a polícia, ele é suspeito de acumular de forma criminosa um patrimônio de até R$ 100 milhões desde que saiu da cadeia, há quatro anos. Santos é investigado por lavagem de dinheiro, estelionato e adulteração de combustível.

O candidato foi alvo de uma operação da Polícia Civil que apreendeu documentos, computadores, anotações pessoais e até uma Ferrari, avaliada em R$ 1,5 milhão.

Às 19h30, o G1 procurou o advogado Francisco Assis Henrique Neto Rocha, que defende Santos, mas um homem atendeu o telefone e disse que ele não poderia falar.

Apesar da decisão da Justiça, Santos pode se livrar da prisão. A assessoria de imprensa do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) informou que, segundo o artigo 236 do Código Eleitoral, nenhum candidato, mesário e fiscal de partido pode ser preso 15 dias antes da eleição. O prazo começa a ser contado a partir deste sábado (18). A prisão a partir desta data só acontece se a pessoa for pega em flagrante, cometendo o delito.

“Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição”, diz o primeiro parágrafo do artigo 236.

Perseguição

Na quarta (15), o candidato reclamou: “Tudo isso não passa de perseguição política. Estamos em primeiro lugar nas pesquisas e estamos incomodando bastante gente aqui na cidade (Embu, na Grande São Paulo). Estamos acabando com a máfia dos políticos da região. Por que não fizeram isso antes? Por que só agora, a 18 dias das eleições?”, questionou.

As declarações foram dadas na delegacia seccional de Taboão da Serra, para onde a Ferrari foi levada.