Em sessão nesta terça-feira (13) na Câmara Municipal, o vereador Wilson Lands (Avante) fez duras críticas à forma como a saúde pública tem sido tratada de maneira histórica em Campo Grande. A declaração acontece após a suspensão dos atendimentos no pronto-socorro da Santa Casa, que alegou falta de insumos e superlotação.
Ao Midiamax, Lands disse que a responsabilidade da atual crise não pode ser atribuída exclusivamente à gestão municipal. “A gestão da Santa Casa não é a gestão do município de Campo Grande. Os repasses estão em dia, o recurso está em dia”, afirmou. Para ele, o problema vai além da administração atual: trata-se de uma consequência de anos de falta de planejamento estratégico.
O parlamentar chamou a atenção para o crescimento populacional da cidade, que hoje já ultrapassa um milhão de habitantes, sem que houvesse investimento proporcional em infraestrutura hospitalar. “Campo Grande não teve gestores que pensaram na saúde pro futuro. Temos aí um milhão de habitantes. E se construiu unidades básicas de saúde, centros regionais de saúde, UPAs, mas não aumentou um leito nessa cidade durante 20 anos”, destacou.
Lands também ressaltou a ausência de um novo hospital municipal nas últimas décadas, o que, segundo ele, agrava a sobrecarga em instituições filantrópicas como a Santa Casa e prejudica o atendimento à população tanto da capital quanto do interior. “Essa cidade aqui, ela não foi pensada numa saúde pro futuro”, completou.
O vereador defendeu que é preciso adotar uma nova perspectiva sobre Campo Grande e priorizar políticas públicas voltadas à ampliação da rede hospitalar, com foco em longo prazo. A fala ocorre em um momento em que a população enfrenta dificuldades no acesso a serviços de urgência, acendendo um alerta para a necessidade de reestruturação do sistema de saúde da capital.