Prestes a completar um ano do rompimento da barragem que mantinha o lago no condomínio Nasa Park, entre Campo Grande e Jaraguari, o prefeito Cláudio Ferreira (PSDB) tenta agendar reunião com o governador Eduardo Riedel (PSDB) para garantir recursos que irão para restauração da área atingida.
“Nós temos uma agenda com o Governo do Estado para que a gente possa trazer as demandas que Jaraguari precisa e que são prioritárias. E a região ali, atingida pelo impacto ambiental diretamente, alguns moradores precisam de apoio. Inclusive a ponte vai estar nessa pauta para que a gente possa angariar recurso”, diz o chefe do Executivo Municipal ao Jornal Midiamax.
A ponte citada por Ferreira acabou arrastada pela enxurrada e, após nove meses do rompimento, não houve substituição. Família que tem uma fazenda na região procurou o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para cobrar uma nova ponte.
A antiga, inclusive, estava recém-reformada quando a barragem rompeu e a água saiu arrastando tudo pela frente, em agosto de 2024.
Com isso, a acesso à fazenda, nas proximidades do Nasa Park, acabou impedido. Moradores precisam usar rotas alternativas, que dependem de autorização de terceiros. Portanto, funcionários da propriedade e filhos pequenos acabaram ilhados na região por falta de acesso.
Reunião
A reunião com Riedel deve acontecer até junho. Caso os recursos não venham, Ferreira garante que usará o dinheiro da prefeitura para colocar uma nova ponte. “Se não conseguir do Estado, vamos apertar o orçamento e fazer com o recurso próprio”, garante à reportagem.
Em conversa anterior, o prefeito afirmou que estava preparando uma licitação para realizar a manutenção de pontes atingidas pelas chuvas de março.
Barragem do Nasa Park
Mais de 10 famílias acabaram diretamente afetadas pela enxurrada causada após 800 milhões de litros de água terem extravasado do lago artificial. O local se estabeleceu sem autorização de órgãos ambientais no loteamento de luxo Nasa Park.
Logo, a água virou lama e saiu não somente arrastando, mas também destruindo tudo o que encontrava pela frente, por quilômetros. Entre os maiores prejuízos contabilizados está a devastação do meio ambiente, já que áreas de preservação, animais e vegetação não tiveram saída.
Meses se passaram com tentativas de resolução, mas o único avanço foi um acordo de R$ 1,3 milhão para 11 pequenos produtores da região atingida.
Segundo informações do MPMS, divulgadas em 13 de fevereiro, o pagamento acontece ao longo de 1 ano. Entretanto, em acordo que prevê 3 parcelas pagas a cada quatro meses pelos responsáveis pelo Nasa Park.
Acordo firmado pelo Nasa Park
No dia 11 de dezembro de 2024, o MPMS reuniu o grupo de vítimas para mediar uma tentativa, conforme os empresários do loteamento Nasa Park.
Como resultado, ficou definido que os sócio-proprietários do empreendimento deveriam cumprir uma série de diretrizes.
Dentre elas:
1 – Recuperação ambiental. Em dezembro de 2024 os proprietários do empreendimento apresentaram um projeto de recuperação ambiental de toda a região do entorno da barragem. Segundo o Ministério Público, a medida inclui todas as propriedades afetadas, margens do rio, mata ciliar, cercamento, plantio de mudas e tudo que tiver determinado em um estudo técnico, que passará por análise do órgão ambiental (Imasul).
2 – Segurança. Também em dezembro, segundo o MP, os empresários do Nasa Park ainda protocolaram o pedido de licenciamento de recuperação da barragem e do loteamento, apresentando todos os documentos necessários para a segurança da barragem, seguindo aquilo que está na legislação, conforme o órgão;
3 – Danos financeiros. Ainda segundo o MPMS, das 11 vítimas que estiveram presentes nas negociações, os investigados concordaram em indenizar o pedido integral de sete. Para as demais, apresentaram contraproposta, que não foi aceita pelas vítimas por acreditarem que não cobriam os danos sofridos.
Logo após a tragédia, o MPMS tinha a estimativa que R$ 5,3 milhões em indenizações acabariam acordados.
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