“Você percebe nitidamente que esse grupo, que tanto fala em patriotismo, na verdade está mais preocupado em defender seus interesses políticos, mesmo que isso prejudique o Brasil”. A fala é do deputado federal Vander Loubet (PT), sobre a decisão dos frigoríficos de MS de suspender o envio de carnes aos Estados Unidos, devido ao tarifaço imposto em 50% pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Vander elencou três questões sobre a suspensão. A primeira é acerca dos próprios interesses políticos.
A segunda, conforme o petista, é que, a partir de agora, Mato Grosso do Sul e os demais estados afetados pelo tarifaço terão de buscar diversificar mais os países que são destino das exportações. “O governo tem trabalhado desde 2023 justamente para abrir novos mercados aos produtos brasileiros, principalmente os do agronegócio. O desafio agora é fortalecer esse processo, para que a gente dependa cada vez menos do mercado dos Estados Unidos enquanto comprador”.
A terceira questão citada por Vander é de que a diplomacia brasileira e o Governo Federal mais uma vez acertam em não descartar a busca por diálogo e as negociações por um acordo. “O vice-presidente e ministro Alckmin foi escalado para envolver o empresariado brasileiro nas discussões com o governo americano e a OMC, para buscar uma saída, para achar uma solução que não prejudique o Brasil”, finalizou.
Produção das carnes continua normal
Apesar da medida, o Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de MS) reforçou ao Jornal Midiamax que as plantas frigoríficas continuam com os abates normalmente. Porém, a exceção seria para as que estão habilitadas a enviar ao mercado norte-americano, que devem reduzir as escalas de abates.
Assim, conforme o titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, uma das alternativas seria vender essa carne bovina para o mercado interno, o que poderia aliviar o preço no bolso dos sul-mato-grossenses. Outro ponto de alerta seria o tempo de demora para conseguir exportar parte desta produção para outros países.
“A gente não consegue colocar esse produto rapidamente em outro mercado internacional. A consequência seria colocar esse produto no mercado interno sul-mato-grossense, mercado interno brasileiro, o que obviamente pode haver um aumento de oferta e também uma redução de preço e, na sequência, até uma redução de preço da arroba do boi aos produtores. Por isso que é tão preocupante esse tarifaço”, explicou Verruck.
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