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Política

‘Deveria ir um dia lá na hora da janta’: Moradores do Nova Campo Grande protestam contra mau cheiro da JBS

Grupo esteve na Câmara Municipal para cobrar ações dos vereadores contra problema que se arrasta há 14 anos no bairro
Gabriel Maymone, Idaicy Solano -
Grupo reivindicou melhorias no Nova Campo Grande (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Após verdadeira luta para tentar acabar com o mau cheiro exalado pela unidade da JBS, moradores do bairro Nova voltaram com a peregrinação às autoridades em busca de uma solução. Nesta quinta-feira (6), grupo esteve na Câmara de Vereadores para cobrar providências.

Além do mau cheiro, o grupo fez uma série de reivindicações para o bairro, como asfalto, por exemplo.

A vice-presidente da associação de moradores do Nova Campo Grande, Fábia Brites, que mora há 24 anos no bairro, comandou o protesto e cobrou ações mais enérgicas por parte dos vereadores. “Todos aqui deveriam ir um dia lá [no bairro] na hora da janta para comer e tomar um cafezinho e ver como é bom o cheiro”, reclamou, protestando que os representantes eleitos pela sociedade ‘façam o papel deles’.

O presidente da comissão permanente de meio ambiente da Câmara, vereador Jean Ferreira (PT), conversou com os manifestantes e disse que já foram feitas indicações no plenário em relação ao odor exalado pelo frigorífico. “Nosso papel é fazer com que a empresa cumpra o que foi acordado e respeite o conforto e tranquilidade dos moradores”, disse, afirmando que, em último caso, poderá entrar com ação cobrando que o MPMS (Ministério Público de MS) tome providências.

No entanto, conforme diversas reportagens do Jornal Midiamax, o MPMS move inquérito civil para apurar a situação e chegou até a fazer acordo, em 2009, com o frigorífico. Porém, a situação persiste.

Já o vereador Ronilço Guerreiro (), que preside a comissão da indústria, comércio e turismo, afirma que a Câmara está agindo. “Nosso papel é legislar e fiscalizar. Estamos fazendo isso, principalmente, nas comissões”, afirmou. Por fim, disse que vai ‘conversar’ com as empresas e indústrias da região – que é um polo industrial de Campo Grande -, para ‘verificar se elas têm esse cuidado com a população’.

Vice-presidente do bairro, Fábia conversa com o vereador Ronilço Guerreiro durante protesto na Câmara (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

JBS e MPMS ignoram problema, dizem moradores

Após vários protestos no ano passado, a Câmara Municipal chegou a realizar audiência pública para tentar chegar a um acordo com a JBS. No entanto, a gigante frigorífica não enviou representantes para a sessão. O frigorífico encaminhou um ofício alegando que o encontro “não contemplou outras empresas que igualmente operam na região em questão e possuem potencial contribuitivo relevante para a temática em discussão”. Ministério Público também não se fez presente e não encaminhou representante.

Após serem ignorados pela empresa e MPMS, um morador chegou a representar denúncia contra os promotores, alegando que o MP estaria com ‘falta de emprenho’ em resolver a situação no bairro.

O MPMS há muito não vem atuando com firmeza e seriedade quando se trata de poderosos empresários e empresas. É um absurdo a complacência do MPMS”. No requerimento, o denunciante diz que já denuncia várias situações há muito tempo. “Tenho cobrado respostas que nunca chegam”, desabafa.

O morador criticou o TAC que não resolveu problema: “Empresas como a JBS despejam toneladas de resíduos de sua produção em córregos da região Imbirussu, causando enorme mau cheiro. O MPMS deu 6 anos através de um TAC para que a empresa regularize a situação. Aí pergunto: teremos que conviver com o mau cheiro e a tristeza de morar em um lugar que cheira esgoto, fezes e plástico por mais seis anos?”, pontua.

Por fim, pede ao ‘Conselhão’ para apurar a conduta do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul e desafia: “Solicitamos que venham conhecer melhor o que anda acontecendo no MPMS o quanto antes”.

Moradores protestam contra mau cheiro exalado pela unidade da JBS no Nova Campo Grande (Reprodução)

Leia também – Trancada em casa, enjoo e dores de cabeça: Família reforça descaso do MPMS sobre fedor da JBS

JBS diz não ter interesse em conciliação com moradores

A Justiça cancelou audiências de conciliação que poderiam chegar a um acordo entre a JBS e moradores do Nova Campo Grande que entraram com processos solicitando indenização pelo mau cheiro exalado pelo frigorífico no bairro.

São cerca de 200 ações contra a gigante de alimentos. O valor pedido varia de R$ 25 mil, R$ 50 mil, R$ 75 mil ou R$ 150 mil a depender da quantidade de pessoas que entraram contra o frigorífico no mesmo processo. Além disso, também é pedido indenização por desvalorização dos imóveis da região.

Assim, o juiz Flávio Saad Peron, da 15ª Vara Cível de Competência Residual, chegou a marcar audiências para tentar acordo entre as partes em diversas ações.

No entanto, as que já haviam sido marcadas estão sendo canceladas. Isso porque a JBS já informou à Justiça que não tem interesse na audiência “em razão do grande volume de ações que possuem a mesma causa de pedir, pedidos e partes e em razão da impossibilidade de conciliação, diante do próprio desinteresse da parte autora”.

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Nova fiscalização confirma emissão de ‘forte odor’ e manda JBS tomar providências

Nova fiscalização constatou que a unidade frigorífica continua exalando mau cheiro e determinou uma série de providências à gigante de alimentos.

Recentemente, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) recebeu novas denúncias de moradores dos arredores do frigorífico sobre ‘odor terrível’ vindo da JBS.

Diante disso, a equipe técnica do Daex (Secretaria de Desenvolvimento de Apoio às Atividades de Execução) realizou nova fiscalização no local e confeccionou, em outubro, novo laudo sobre a situação na planta da JBS.

Assim, os técnicos confirmaram os relatos dos moradores e, através de estudos e análises, concluíram que é possível haver incômodo a partir do forte odor emitido pela produção do frigorífico. “Relevante destacar que em situações de constante percepção/inalação desses odores pela comunidade adjacente ao frigorífico, o incômodo pode surgir”.

Isso ocorre devido a uma série de ‘falhas’, segundo os técnicos, que devem ser sanadas. Por exemplo, a nova vistoria constatou que “foi possível confirmar a presença de aberturas capazes de permitir o escape de gases oriundos do processo produtivo”.

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