O deputado estadual Pedro Kemp (PT) afirmou que Cida Gonçalves deixou “marcas de justiça e coragem” no Ministério das Mulheres. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu a ministra e colocou a assistente social Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social, frente a pasta na última segunda-feira (6).
O deputado agradeceu ao trabalho da ex-ministra, que começou os trabalhos na carreira política em Campo Grande. “Você deixou marcas de justiça e coragem na história e contribuiu efetivamente para que o Brasil avançasse na garantir de direitos e proteção às mulheres”, disse.
“Você tem o meu máximo respeito e admiração. Sempre pronta para defender nosso país, esteve ao lado das mulheres de Norte a Sul, de Leste a Oeste”, relatou sobre a ex-ministra.
Assim, disse que a parlamentar trabalhou na reconstrução das ações de combate às violências. “Foram desmontadas e destruídas nos tempos difíceis que vivemos anteriormente”, comentou Kemp.
Deputados se despedem
Além de Kemp, o deputado estadual Zeca do PT comentou o assunto elogiando o currículo da ex-ministra.
“Acho que uma troca, uma substituição dentro do próprio PT, ocorreu para mudança do perfil da ação do Ministério da Mulher. Indiscutivelmente, a Cida tem um grande currículo, cumpriu com grande papel e o que eu presumo, né, porque eu não tô lá, é de que o governo do Lula resolveu fazer a substituição exclusivamente por perfil de cada uma delas, dela pela Márcia [a substituta], pra uma só, uma ação diferenciada, né, enfim, uma substituição de rotina para fortalecer muito provavelmente o governo numa outra área da ação a respeito das políticas públicas para a mulher”.
O deputado federal Vander Loubet afirmou que trocas são medidas de praxe em qualquer governo e que já conversou com a Cida Gonçalves.
“Recebi a informação de Brasília de que a troca da Cida procede. Trocas ministeriais fazem parte de qualquer governo, dependem muito do momento e de fatores políticos, então, é algo natural. Ontem (3) mesmo, assim que soube, entrei em contato com ela. Enviei uma mensagem manifestando meu carinho e reconhecimento pelo trabalho dela à frente do Ministério das Mulheres. Entendo que ela foi corajosa e comprometida no período e se dedicou integralmente às causas das mulheres, mesmo diante de tantos desafios e com recursos limitados”, elogiou.
Cida Gonçalves
Cida é especialista em gênero e em enfrentamento à violência contra mulheres e ativista de defesa dos direitos das mulheres há mais de quatro décadas.
Sua trajetória política começa em Campo Grande, onde atuou como coordenadora do movimento popular de mulheres nas décadas de 80 e 90. Como representante desse grupo, coordenou o processo de articulação e fundação da Central dos Movimentos Populares no Brasil. Cida compôs ainda o governo de Zeca do PT no fim dos anos 1990 e início de 2000.
Sua saída, ao menos em tese, foi alternativa de Lula para cumprir a chamada acomodação política e ainda para atender um de seus recente compromissos partidário, o de promover uma reforma ministerial.
Na prática, Cida respondeu por assédio moral no ministério. Em fevereiro passado, a Comissão de Ética Pública da Presidência abriu procedimento investigatório contra a ministra, contudo, sem provas, arquivou o processo.