Secretário preso por corrupção na gestão do PSDB usa exoneração ‘dias antes de operação’ para se livrar da prisão
Manobra levantou suspeita de vereadores de Terenos, que desconfiam de vazamento de informação do Gaeco
Gabriel Maymone –
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O secretário de obras durante a gestão do PSDB em Terenos – a 30 km de Campo Grande -, Isaac Cardoso Bisneto, usa o argumento de ter pedido exoneração 11 dias antes de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) para se livrar da prisão.
Atrás das grades desde o dia 13 deste mês, Isaac argumenta que pediu sua exoneração no dia 1º de agosto – publicada no dia seguinte em Diário Oficial.
Assim, advogado que representa o secretário aponta que o principal argumento do Gaeco para manter a prisão de Isaac seria o fato dele ser secretário “para resguardar a sociedade de maiores danos”.
Então, pede a liberdade de Isaac. “Além do fato do requerente não estar mais ocupando o cargo de Secretário do Município de Terenos, e, portanto, não exercer nenhuma influência em nenhum setor da administração pública, o mesmo, após a sua exoneração, reside de fato na cidade de Campo Grande“, alega a defesa.
O pedido será analisado pelo juiz Valter Tadeu de Carvalho, de Terenos.
Isaac teve habeas corpus negado liminarmente, mas desistiu do pedido e trocou de advogado.
Vereador suspeita de vazamento de informações
“O que dá a entender? Que tinham informação privilegiada, sabiam que iam vir, por isso pediu exoneração”, dispara o vereador Clayton Cleone Melo Welter (PP), o Caco – 1º secretário da Câmara -, sobre saída do secretário de obras do município, Isaac Cardoso Bisneto, dez dias antes da Operação Velatus, que revelou esquema de corrupção durante a gestão do PSDB em Terenos.
Consta no Diário Oficial do município, do dia 2 de agosto, exoneração a pedido do secretário. A exoneração foi assinada pelo prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB). O cargo do primeiro escalão da gestão tucana é uma nomeação política e considerado de confiança do prefeito.
Saiba mais – Em primeira sessão após escândalo, vereadores discutem corrupção na gestão do PSDB em Terenos
A reportagem questionou o prefeito Henrique (PSDB) sobre suposta informação privilegiada e sobre os motivos apresentados pelo secretário ao pedir exoneração, mas não obtivemos resposta até o momento.
O Jornal Midiamax também questionou o Gaeco sobre o possível vazamento de informações e se as denúncias seriam investigadas, mas não obtivemos retorno.
Operação revela esquema de corrupção na gestão do PSDB em Terenos
A investigação que implica a gestão do PSDB foi chamada pelos promotores de “farra das empresas convidadas”. Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), quatro empreiteiras se revezavam para vencer licitações, repassavam dinheiro umas às outras e faziam empréstimos para os ‘parceiros’ darem conta de tocar obras as quais venceram licitação.
Um dos investigados na operação é o ex-secretário Isaac Bisneto.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o secretário de obras teria aderido a suposto esquema de corrupção entre empresários investigados. Então, estaria recebendo propina em nome do pai.
As investigações apontam que Isaac também atuava de forma a dificultar a participação de empresas fora do esquema nas licitações. Para isso, contou com ajuda de um servidor de sua confiança da pasta de obras.
São investigados os empreiteiros: Sandro José Bortoloto (Angico), Genilton da Silva Moreira (Genilton Moreira), Sansão Inácio (Sansão Inácio Rezende Eireli), Hander Luiz Corrêa Grote Chaves (HG empreiteiro) e Cleberson José Chavoni Silva (Bonanza). Tiago se enquadra tanto como servidor quanto como empreiteiro nas investigações, por também ter se favorecido de sua empresa, a D’Aço Construção e Logística.
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