‘Lamentável’, diz Beto Figueiró sobre denúncia que aponta Beto Pereira como chefe em suposto esquema de corrupção

Candidato do PSDB foi apontado como chefe de suposta organização que atuava no Detran-MS

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
beto
Beto Figueiró (Novo) (Foto: Alicce Rodrigues/Jornal Midiamax)

Candidato à Prefeitura de Campo Grande, Beto Figueiró (Novo) considera ‘lamentável’ que postulante ao cargo no Executivo seja apontado em denúncia sobre corrupção. A declaração é desta sexta-feira (27), um dia após Beto Pereira (PSDB) ser apontado como chefe de suposto esquema de corrupção no Detran-MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul).

O despachante David Cloky Hoffaman Chita, apontado como operador de um esquema de corrupção no Detran-MS, aponta Beto Pereira, candidato do PSDB a prefeito de Campo Grande e deputado federal, como chefe da organização que atuava no Detran-MS para usar o dinheiro desviado na atual campanha eleitoral.

“Lamentável essa situação”, afirmou Beto Figueiró. “Por isso combatemos a hegemonia do PSDB, se eles tomarem a Prefeitura de Campo Grande, ficarão hipertrofiados, e implantarão uma verdadeira ditadura no MS”, disse ao Jornal Midiamax.

À reportagem, o candidato do Novo disse que ainda avalia o caso para definir se irá pedir investigações da Justiça Eleitoral sobre o caso.

Denúncia

Hoffaman oficializou nesta semana ao MPMS (Ministério Público de MS) um pedido de acordo para colaboração premiada. Segundo ele, a delação poderia derrubar suposta quadrilha com servidores do órgão, empresários, delegados de polícia, assessores e políticos.

Em entrevista exclusiva ao Jornal Midiamax, David Chita, que tem mandado de prisão decretado e está foragido, garante que fugiu porque corre grave risco de vida em Mato Grosso do Sul, principalmente se for parar nas unidades prisionais do Estado.

Assim, ele constituiu um advogado de fora de MS para encaminhar o acordo. O despachante garante que está pronto para comprovar todas as denúncias caso tenha oportunidade de entregar o material probatório ao MPMS.

O pedido está na mesa do PGJ (Procurador-Geral de Justiça), Romão Avila Milhan Junior. No entanto, fontes dentro do MPMS relatam à reportagem que o assunto seria tratado ‘com muita cautela’ pela cúpula do órgão ministerial por causa dos políticos implicados.

Prints mostram assessor chamando Beto de ‘chefe’ e cobrando a parte dele no esquema em PIX (Reprodução)

David Chita: passado de envolvimento com poderosos

O despachante já foi flagrado junto a personagens poderosas nos bastidores da política sul-mato-grossenses em outros casos policiais, e conta que passou a receber ameaças de morte desde que informações do processo 0002668-91.2024.8.12.0001 teriam supostamente vazado para integrantes da organização criminosa.

É justamente nesta ação que David teve a prisão preventiva decretada.

A investigação, atualmente na 4ª Vara Criminal de Campo Grande, acerta em cheio o suposto esquema de corrupção que cobrava propina para ‘esquentar’ documentos de veículos no Detran-MS e, segundo o despachante, direcionou mesadas para o caixa de campanha de Beto Pereira.

Segundo David, no entanto, as investigações teriam sido supostamente direcionadas para livrar políticos implicados e deixar o despachante e a ex-servidora Yasmin Osório Cabral como ‘bucha de canhão’.

Yasmin Osório Cabral atuava na corregedoria do Detran-MS e agia conforme as ordens do grupo (Reprodução)
Braço direito de Beto Pereira, Thiago intermediava fraudes no sistema do Detran para formar caixa 2 para a campanha do ‘chefe’ (Reprodução)

Propina do Detran-MS para caixa 2 na campanha de Beto Pereira

Assim, David teria sido ‘recrutado’ por Beto para atuar em conluio com servidores do Detran-MS no esquema e repassar o dinheiro sujo diretamente a pessoas ligadas à organização do ‘caixa não-oficial de campanha’ do PSDB para chegar à Prefeitura de Campo Grande.

Então, ficaram combinados repasses mensais a três pessoas tratadas como a cúpula do esquema criminoso. Em troca, Beto Pereira supostamente atuou para facilitar a operação com nomeações dentro do Detran-MS, acesso à cúpula da Polícia Civil e da Casa Civil para ‘blindar’ a operação.

Conteúdos relacionados

Luso Queiroz