Ministério Público traça perfil de envolvidos nos atos de 8 de janeiro

Entre as pessoas que participaram de manifestações em 8 janeiro que causaram caos em Brasília, 60% são homens e metade foi beneficiária do Auxílio Emergencial

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MPF traça perfil de envolvidos nos atos de 8 de janeiro. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Atos de 8 de janeiro terminaram em invasões de prédios (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Um levantamento do MPF (Ministério Público Federal) aponta que, entre mil pessoas detidas por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília, metade recebeu Auxílio Emergencial. O benefício do governo passado beneficiou financeiramente quem precisasse durante a pandemia de Covid-19.

Os dados são do grupo técnico vinculado à Sppea (Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise) do MPF, que elabora um perfil dos investigados. Em suma, o trabalho irá contribuir para apurar as responsabilidades individualizadas de cada investigado.

Outros dados revelados são: 60% dos detidos são homens, a maioria tem entre 36 e 55 anos de idade, menos de um quinto tem filiação partidária e alguns detidos se candidataram em eleições passadas ou forneceram serviços para campanhas políticas.

De acordo com o MPF, o grupo é composto por 15 integrantes, entre peritos e especialistas em tecnologia da informação. Ele coleta informações em diversos bancos de dados disponíveis, com uso de CPF, CNPJ e placa de automóvel, entre outros.

Outra frente de atuação é a perícia de dispositivos eletrônicos apreendidos para coleta de provas de postagens em redes sociais, e-mails, arquivos de computador, celular e documentos salvos em nuvens de quem esteve nos atos de 8 de janeiro.

MPF denunciou 835 pessoas por participar dos atos de 8 de janeiro

Em princípio, 835 pessoas respondem por participação nos ataques. Destas, 645 como incitadores (participaram dos atos ou foram presas em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, mas sem depredar os prédios dos Três Poderes); 189 executores (responsáveis invasão, vandalismo e depredação); e um agente público por omissão.

As denúncias estão com o ministro Alexandre de Mores, responsável pelas investigações no STF (Supremo Tribunal Federal).

A AGU (Advocacia-Geral da União) pediu à Justiça Federal no Distrito Federal a condenação de 54 pessoas e 3 empresas em definitivo a ressarcirem o erário em R$ 20,7 milhões por financiarem os atos que depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.

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