Após pedido de investigação, vereadores dizem que Agereg precisa fiscalizar melhor o Consórcio

Na prática, o Consórcio Guaicurus vai retirar 71 ônibus velhos de circulação, mas em troca de ônibus menores

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Câmara Municipal de Campo Grande (Divulgação, CMCG)

Os vereadores de Campo Grande questionaram durante sessão nesta terça-feira (20) a diminuição de lugares nos novos ônibus entregues pelo Consórcio Guaicurus, segundo apontou reportagem do Jornal Midiamax. Após o vereador Marcos Tabosa (PDT) pedir investigação dos empresários, outros parlamentares pontuaram que a Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande) tem a função de fiscalizar o contrato.

“A Câmara tem uma comissão e o primeiro passo é acionar essa comissão para analisar esse contrato e o segundo passo é abrir uma CPI. Os vereadores são parceiros do Consórcio Guaicurus, já cederam vários benefícios de impostos para que eles pudessem ter tranquilidade pra comprar ônibus. Agora, se não entregou deve ser fiscalizado. Se nós temos uma comissão ela deve estar junto da Agereg fiscalizando”, criticou Coringa (PSD).

Para o vereador Professor Juari (PSDB), Tabosa precisa acionar o Ministério Público se acredita que o Consórcio precisa ser investigado. “Você tem outros meios, você pode dialogar, pode formar uma comissão. Agora se ele tem uma prerrogativa, que ele procure o Gaeco e eu tenho certeza que as autoridades vão investigar”, pontuou.

Presidente da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito, Alírio Vilassanti (União) pontuou os trabalhos na Casa. “Já temos feito várias atividades nesses últimos anos, já fomos ao TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado), já chamamos a Agereg A última reunião foi há um mês, temos cobrado. A aquisição desses 79 ônibus a comissão cobrou e fiscalizou. Tinham que ser muito mais ônibus, e falamos isso na reunião, a frota está velha e não atende as necessidades, temos que ver as necessidades dos terminais, a quantidade das linhas, além dos abrigos de ônibus”, disse.

Menos ônibus nas ruas

O Jornal Midiamax apontou que a frota velha de ônibus que circula em Campo Grande deve continuar, com superlotação e demora para a população. Isso porque os 71 novos ônibus adquiridos pelo Consórcio Guaicurus são de um modelo pequeno e comportam até 70 passageiros, mas devem substituir ônibus maiores e com capacidade para até 20 pessoas a mais.

Na prática, o Consórcio Guaicurus vai retirar 71 ônibus velhos de circulação, mas em troca de ônibus menores. Já que os ônibus mais velhos de Campo Grande, atualmente, são de modelos maiores e maior capacidade de passageiros.

Os novos ônibus são do modelo OF-1519, com 38 assentos e capacidade para até 70 passageiros. Mas os ônibus com idade entre 10 e 14 anos, rodando em Campo Grande, são dos modelos OF-1722 M e OF- 1418, com capacidade para até 90 passageiros.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo grupo Ligados no Transporte e revelam que, na prática, dependendo da escolha das linhas para onde os novos ônibus vão, a situação do transporte público pode até piorar.

“A diferença é que os curtos têm uma economia maior de combustível, já que a capacidade de carga é menor. É ruim, porque se escalados nas linhas de maior demanda, como 070, 087, podem deixar muita gente pra trás”, afirma o analista de suporte Gabriel Santos, do grupo Ligados no Transporte.

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