Soraya protocola notícia crime sobre manipulação de áudio e diz ser alvo de terrorismo cibernético

Perícia teria constatado mais de 15 manipulações em áudio com ‘Fake News’ envolvendo ela e Tereza Cristina

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Senadora durante conversa com jornalistas na Superintendência da PF
Senadora durante conversa com jornalistas na Superintendência da PF

A senadora Soraya Thronicke (PSL) protocolou nesta quarta-feira (26) notícia crime na Superintendência Regional da Polícia Federal em Campo Grande, contra um áudio compartilhado nas redes sociais na última semana em que ela aparece criticando o trabalho da ministra Tereza Cristina. Segundo a senadora, o áudio é falso e foi manipulado de forma profissional, usando trechos de falas dela disponíveis na internet, em vídeos e entrevistas.

Soraya apresentou à PF o laudo de uma perícia particular contratada por ela na semana passada, que comprova a manipulação e consequentemente a falsidade do material divulgado em grupos de WhatsApp. Neste contexto, a parlamentar acredita se tratar de ataque promovido por grupos políticos, uma vez que ela está à frente do União Brasil, partido que é uma fusão entre o PSL e o DEM, mas que ainda não foi validado.

Entenda

Durante coletiva de imprensa nesta manhã na PF, a senadora explicou que desde que ganhou projeção e foi eleita, vem sofrendo vários ataques. No entanto, nunca revidou e tentou não se deixar afetar por isso. Mas desta vez, o contexto foi diferente. Soraya disse que estava em uma reunião na quinta-feira passada, quando foi informada por assessores a respeito da divulgação do áudio envolvendo ela e Tereza Cristina.

Ao ter ciência da gravidade do conteúdo, ela acionou a Abrapej (Associação Brasileira de Peritos Judiciais) e conseguiu a indicação de um perito especialista para analisar o material. Segundo ela, o laudo comprovou que em 1 minuto e 42 segundos de áudio foram feitas ao menos 15 manipulações diferentes, não apenas com áudios dela, mas também com a voz de outra pessoa. “Foram palavras retiradas de contexto diferentes. Um verdadeiro Frankenstein”, disse. 

O material pode ter sido editado ao longo de um mês e teve alto custo. Parte dos áudios, sugere a parlamentar, foi retirada de reuniões internas. No entanto, explicou que tem poucos funcionários e que todos eles colocaram os celulares à disposição da PF para perícia. Assim, informou que também protocolou notícia crime junto à PGR (Procuradoria-Geral da República) e agendou um encontro com o procurador Augusto Aras para tratar do assunto.

Ela enviou o laudo ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e solicitou que o caso seja incluído em um dos inquéritos das ‘Fake News’. “O inquérito da Fake News vai descer para Mato Grosso do Sul”, ressaltou. Soraya disse que ainda não pode apontar quais seriam os responsáveis pela manipulação, mas garante se tratar de uma estratégia desleal de caráter eleitoral para tentar desestabilizar suas articulações. “Estamos montando uma chapa forte para disputar o Governo de MS”, disse.

Recentemente, o escritório dela em Campo Grande foi invadido. Arrombaram o diretório do partido e invadiram a sala dela, mas não levaram nada de lá. Coincidentemente, os áudios foram montados a partir de conversas em reuniões internas que ocorriam, pontualmente, na sala dela. Assim, não descarta conexão entre a invasão e o material divulgado. 

Soraya e Tereza Cristina

A senadora pontuou que logo ao tomar conhecimento do áudio, conversou com a ministra Tereza Cristina para esclarecer sobre a falsidade do conteúdo. Em contrapartida, disse ter ouvido da própria ministra que estava claro que tudo não passava de ‘Fake News’. Soraya suspeita que algum adversário tenha tentado estremecer a boa relação entre ambas, até porque a ministra foi convidada para participar do União Brasil pela senadora.

Por fim, afirma ter sido alvo de terrorismo cibernético e garantiu que o União Brasil, partido que deve ter o maior orçamento para candidaturas femininas nas próximas eleições, não será coadjuvante.

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